A indústria têxtil, do vestuário e do calçado está mais apoiada. O Ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, deslocou-se ontem ao Porto para anunciar um conjunto de medidas no valor de 850 milhões de euros para ajudar o sector. O plano, apresentado por Filipe Costa, presidente do Iapmei, contempla 23 medidas, das quais 10 especificamente formatadas para as indústrias da moda, e assenta em quatro eixos: apoio ao financiamento, nomeadamente no que respeita o acesso ao crédito bancário e a redução dos custos fiscais; o apoio às exportações e à promoção externa, onde o acesso aos seguros de crédito é uma das prioridades; o ajustamento ao perfil industrial e tecnológico do sector; e o estímulo ao emprego e à sua melhor qualificação. Para João Costa, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), com este conjunto de medidas anunciado e protocolado ficamos com alguns instrumentos para enfrentar as dificuldades. Muitas vezes, a intervenção do Estado é o ponto de partida para fomentar as forças da indústria e a economia funcionar por si própria». Também Fortunato Frederico, presidente da Apiccaps, manifestou o seu contentamento pelas medidas agora apresentadas e pela abertura do Ministro neste momento menos bom», e embora realçando que é necessário agilizar os instrumentos disponibilizados às empresas», garantiu que tal como Arquimedes demonstrou, se nos derem uma alavanca e um ponto fixo, conseguiremos fazer a Terra mexer». Para Manuel Pinho, o destaque vai, para além das medidas, para o facto deste ser um programa articulado e coerente», resultado de uma parceria entre Governo, associações e empresários». Além disso, considera o ministro, é importante apoiar um sector que já demonstrou que é competitivo, com capacidade de inovar, com boa imagem no mercado externo, capaz de se modernizar e com vontade de continuar a modernizar-se». O encontro no Porto foi também palco da assinatura dos protocolos no âmbito do QREN, um dos quais, assinado entre a Associação Selectiva Moda e a Aicep, consagra uma comparticipação de 3,3 milhões de euros para a promoção externa das empresas da Indústria Têxtil e de Vestuário (ITV), num programa cujo investimento total ronda os 7 milhões de euros. Para Paulo Vaz, vice-presidente da Associação Selectiva Moda (ASM), a aprovação deste projecto na sua íntegra e o facto de, num total de 20 milhões de euros de incentivos concedidos à fileira moda, nos ter sido atribuído uma boa parte desse valor, demonstra a validade e a importância destas acções». O projecto de internacionalização da ASM é válido para 2009 e abrange cerca de 14 mercados internacionais. Para além das acções já executadas em mercados como a Alemanha (Heimtextil e Ispo), França (Première Vision Pluriel) ou Rússia (Première Vision Moscou), o protocolo inclui novas acções em feiras do sector na China, Japão, República Checa, Lituânia e Estados Unidos da América, além de visitas de prospecção em novos mercados como a Argentina, Chile, Angola e Dubai. Queremos, por um lado, fixar e consolidar a nossa presença em mercados tradicionais onde estamos já bem implantados, como Espanha, Itália ou EUA e, por outro lado, apostar claramente em mercados emergentes como a China, Japão, países de Leste e até em missões em países pouco habituais, como México e Argentina», explica Paulo Vaz. A indústria têxtil e do vestuário é actualmente uma das indústrias mais importantes da economia nacional, representando 12% das exportações nacionais (aproximadamente 4 mil milhões de euros em 2008), 9% do volume de negócios da indústria portuguesa, 8% da produção da indústria transformadora nacional e 120 mil postos de trabalho directos.