A indústria têxtil e de vestuário (ITV) do Peru parece estar pronta a conquistar grandes resultados em 2011, impulsionada pelo forte consumo e exportações optimistas, de acordo com Jose Luis Peroni, presidente da comissão de vestuário da Acotex, a principal associação peruana de têxteis. Peroni prevê que as vendas internas subam 10% em relação aos 2 mil milhões de dólares (1,37 mil milhões de euros) registados no ano passado, ao passo que as exportações crescerão 12% para os 1,6 mil milhões de dólares, à medida que a nação andina continua a conquistar novos mercados na Europa e América Latina. «Este vai ser um bom ano», declarou Peroni entusiasmado. «A concorrência chinesa está a diminuir, permitindo que o mercado local se desenvolva com muitas redes de vestuário a aumentarem provavelmente o investimento para crescer localmente e no estrangeiro», acrescentou. A crescente procura doméstica da China e o aprofundar dos problemas de aprovisionamento têm permitido aos produtores de vestuário peruanos recuperar a quota de mercado depois de registarem perdas significativas devido ao ataque concorrencial asiático. Tendo em conta esta perspectiva, Peroni antecipa que as vendas de vestuário subam 30% este ano, para os 650 milhões de dólares, acima dos 500 milhões de dólares registados em 2010. A ajudar esta evolução estão as campanhas da indústria e dos consumidores contra o vestuário chinês, «de baixa qualidade», que abalaram a sua reputação, aumentando o interesse em marcas de roupas nacionais. «As pessoas estão cansadas do vestuário feito na China», observou o responsável. «Não querem vestuário produzido em massa, de baixa qualidade que se assemelha a uniformes. Querem mais design, estilo e distinção», sublinhou. Em simultâneo, «a economia do Peru está a crescer fortemente, existe muito mais consumo e muitos mais centros comerciais e lojas», gerando oportunidades de crescimento para as marcas locais. Peroni acrescentou que para enfrentar a crescente procura, os fabricantes peruanos têm melhorado a capacidade de oferecer mais vestuário de moda, com maior qualidade e maior rapidez de entrega. Nos últimos anos, a indústria também aumentou fortemente o investimento para se posicionar como um fabricante completo de artigos de vestuário com valor acrescentado e alto nível. Segundo Peroni, o crescimento das exportações deste ano será resultado dos esforços do país para entrar em novos mercados. Apesar dos EUA serem tradicionalmente o maior comprador do Peru, a sua quota de exportação caiu de 70% para 58% há apenas alguns anos atrás, devido ao aumento das vendas para a Europa e América Latina. Venezuela, Alemanha, Itália, Reino Unido, França, Alemanha, Colômbia e Brasil tornaram-se mercados mais expressivos. Em 2011, o investimento irá provavelmente superar os 150 milhões de dólares do ano passado, à medida que marcas locais continuam a desenvolver o seu franchise, concluiu Peroni.