ITV paquistanesa a ferro e fogo

Pelo menos quatro fábricas têxteis e mais de 2.500 fardos de algodão foram incendiados em Sindh durante os episódios de violência que se seguiram ao assassinato da antiga primeira-ministra Benazir Bhutto, resultando em prejuízos de milhões de rupias para o país. Não há dúvidas de que pelo menos quatro fábricas em Kotri foram incendiadas, resultando em mais de 600 fardos de algodão transformados em cinza, para além de sérios danos em maquinaria têxtil e em infra-estruturas», clarificou Ghulam Rabbani, um empresário paquistanês. Rabbani revelou ainda que, na auto-estrada nacional perto de Ghotki e Pano Aqil, em Sindh, cerca de sete atrelados carregados com perto de 2.000 fardos de algodão, provenientes do Punjab, foram incendiados. Cada atrelado trazia cerca de 600 fardos de algodão, metade deles de alta qualidade». Estes actos de violência estão já a reflectir-se na indústria de algodão do Paquistão. Um membro da Pakistan Cotton Ginners Association (PCGA) e presidente da PCGA da região de algodão de Sanghar, Rana Abdul Sattar, afirmou que o país está já a enfrentar uma escassez de algodão, faltando cerca de 3,5 milhões de fardos para esta estação. Também o presidente da Associação de Fábricas Têxteis do Paquistão, Iqbal Ebrahim, mostra-se muito preocupado com o panorama actual, revelando que a deterioração das condições de segurança afectou gravemente a indústria têxtil em Karachi e em Sindh, com danos na maquinaria, infra-estruturas e produção, num prejuízo que deverá atingir milhões de rupias. Segundo a mesma fonte, se a crise não for imediatamente solucionada terá um forte impacto na produção e no comércio de têxteis e vestuário, para além do cancelamento de encomendas para exportação, que irá afectar negativamente a economia e a balança comercial do país. A indústria no geral, e a indústria têxtil em particular, está já a passar por um período de grave crise», acrescentou Ebrahim. Para este responsável, o colapso da autoridade e da ordem no Paquistão está a prejudicar incomensuravelmente a economia e imagem do país. Iqbal Ebrahim receia o agravamento da situação, que poderá trazer mais prejuízo à indústria, e apelou ao governo para mobilizar as forças da autoridade necessárias para rapidamente tomar o controlo da situação e para proteger a indústria. Uma conjuntura social que, para Rana Abdul Sattar, prejudica não só os empresários do sector mas sobretudo põe em causa as próprias premissas da indústria têxtil e de vestuário» no Paquistão.