Membro da União Europeia desde 1981, a Grécia conheceu um crescimento económico regular ao longo dos últimos 10 anos. Com 11 milhões de habitantes, o seu PIB progrediu acima da média europeia, com um aumento de 4,1% em 2007, após um aumento de 4% em 2006. Historicamente, o sector têxtil é um pilar importante da economia grega, nomeadamente através do cultivo de algodão. O país dispõe, com efeito, de uma fileira integrada de algodão e mantém-se como o quinto exportador mundial. De acordo com o Institut Français de la Mode (IFM), em 2007, os artigos de algodão (fios, tecidos), representavam ainda 48% das exportações gregas de têxteis. Para além do mercado interno, os principais clientes da indústria têxtil grega são os Europeus: 56% das suas remessas em 2007 foram destinadas aos membros da União. Existem parcerias fortes com os confeccionadores italianos, turcos e búlgaros. No entanto, os produtores gregos sofrem a concorrência forte das importações de têxteis extra-europeus. Regista-se nomeadamente o aumento das importações de têxteis turcos (mais 15% em 2007), chineses (mais 22%), indianos (mais 28%) e paquistaneses (mais 14%). De acordo com o IFM, esta concorrência pesa nas performances da indústria têxtil grega, que conhece algumas dificuldades. A maior parte dos indicadores estão no vermelho: a produção têxtil em volume baixou bastante em 2006 (menos 12,9%), pelo segundo ano consecutivo, e o emprego diminuiu 2,6% em igual período, com o sector a empregar agora apenas 64.700 pessoas. No entanto, e após um recuo de 3,2% em 2006, o volume de negócios das empresas têxteis ganhou 0,5% em 2007. Estes problemas explicam-se, aparentemente, por um aumento dos custos de produção (mais 6% segundo a Associação Helénica da Indústria da Moda) que tornam cada vez mais interessante uma deslocalização da produção. Os custos salariais por hora na indústria têxtil são apenas de 1,55 dólares na vizinha BulgÁria e de 2,96 dólares na Turquia, contra os 13,09 dólares na Grécia de acordo com a Werner. Para o IFM, isso justifica a perda de importância relativa do sector têxtil na economia grega. A quota do têxtil nas exportações do país passou assim de 4,7% em 2003 para os 3,1% em 2007. Por outro lado, o desenvolvimento económico da Grécia e a progressão do nível de vida dos seus habitantes tornaram o mercado de moda mais vigoroso. O consumo de vestuÁrio é muito dinâmico, com um crescimento anual na ordem dos 6%. Em termos de distribuição, a tendência actual no vestuÁrio é, tal como no resto da União Europeia, o declínio do comércio independente e o aumento da importância das cadeias especializadas. Assiste-se assim à chegada da maior parte das grandes cadeias internacionais (H&M, Zara, Mango,…) e à constituição de cadeias gregas, muitas vezes através da compra de antigas lojas independentes multimarca. Os distribuidores internacionais perceberam claramente a oportunidade de se instalar na Grécia. A atracção dos consumidores pelos produtos europeus, mais do que pelas criações nacionais, é, por consequência, muito marcada. é pelo menos isso que testemunham os fluxos de importação de vestuÁrio. Com efeito, os dados divulgados pelo IFM mostram que 73% do vestuÁrio importado em 2007 era proveniente da União Europeia. A ItÁlia concentrava sozinha 24% das importações gregas de vestuÁrio, a Espanha 10%, a Alemanha 8% e a França 7%. Deste modo, as importações gregas provenientes da UE revelaram um grande dinamismo (mais 24% em 2007), sobretudo com o impulso da BulgÁria, actualmente o quarto fornecedor de vestuÁrio da Grécia. No entanto, as produções extra-europeias, e em particular chinesas, ganham terreno. As importações de vestuÁrio provenientes da China aumentaram 30% em 2007. A Macedónia e a Albânia, que ainda não fazem parte da União, têm também influência nesta progressão das importações. Se os produtos europeus, apreciados pela sua imagem de marca, não parecem sofrer com esta concorrência, os confeccionadores gregos conhecem, no que lhes diz respeito, algumas dificuldades. Em ligação com os movimentos de deslocalização para os países limítrofes, a produção grega de vestuÁrio tem sofrido quebras ao longo dos últimos anos (menos 13% em volume em 2006). Além disso, sublinha o IFM, as marcas gregas praticamente ainda não conseguiram penetrar nos mercados internacionais. As exportações de vestuÁrio diminuíram, assim, em valor absoluto entre 2005 e 2006 e o lugar do vestuÁrio nas exportações do país não pÁra de recuar, passando de 13,1% em 2000 para os 7,3% em 2006.