ITV atrai tecnológicas

Grandes nomes da área tecnológica, incluindo Samsung, LG e Apple, estão a patentear soluções para problemas da indústria têxtil e vestuário, acompanhando empresas como a alemã Sewts que tem como meta automatizar a confeção.

Sewts [©Sewts]

Os dados compilados pela GlobalData sugerem que empresas de base tecnológica e científica estão desejosas de inovar na cadeia de valor da moda, tendo sido responsáveis pelo maior número de publicações de patentes em julho.

A empresa sul-coreana Samsung Group submeteu o maior número de pedidos de patente (755) entre 1 e 31 de julho com a produtora de ecrãs LG Display a ficar em segundo lugar, com 264 publicações de patentes e a empresa-mãe LG Corp a surgir no terceiro lugar, com 257 publicações de patentes.

Do topo 10 fazem ainda parte as tecnológicas Qualcomm, Toyota Motor, Canon, Sony Group, Apple, Huawei Investment & Holding e Intel.

A longa lista de empresas tecnológicas que apresentaram pedidos de patente sugere que estas identificaram as fraquezas da indústria da moda e querem criar soluções. Em declarações ao Just Style, Frank Henderson, CEO da Henderson Sewing Machine Company, destaca que «a tecnologia finalmente chegou a um ponto em que podemos usar as suas vantagens hoje».

Frank Henderson vê oportunidades na costura robótica e sugere que há mais tecnologia disponível para ferramentas no final de braços robóticos, o que significa que os robôs podem ser usados de forma mais eficiente e eficaz do que no passado para pegarem em diferentes formas de materiais têxteis.

Já Dan Berzack, presidente da Sewn Products Equipment Company, acredita que há muitas oportunidades na utilização de tecnologia para ajudar com componentes. «Muitas pessoas gastam uma fortuna a tentar fazer robôs que façam tudo, mas há muitíssimas oportunidades nos componentes. Usar a tecnologia para fazer um bolso ou coser um bolso e a automação de outros elementos repetitivos de costura significa que é possível confecionar num mercado laboral mais bem pago», explica.

Sewts avança passo a passo

A start-up tecnológica alemã Sewts, que tem como objetivo reduzir o trabalho manual com inteligência artificial e robótica, recentemente concluiu uma ronda de financiamento de 7 milhões de euros numa tentativa de resolver a escassez de mão de obra através da automação da confeção.

No entanto, o objetivo mais imediato da empresa é gerir a devolução de encomendas de vestuário no domínio do comércio eletrónico. Usando uma combinação de inteligência artificial, robótica e simulação de materiais, a Sewts está focada em desenvolver robôs com capacidades sensitivas e de pegar em materiais têxteis semelhantes às humanas.

No ano passado, três anos após a sua fundação, a start-up lançou o seu primeiro produto, a Sewts.VELUM que, segundo indica, irá ajudar as lavandarias industriais a colmatar a falta de mão de obra. O equipamento pega automaticamente em toalhas lavadas e coloca-as em máquinas de dobrar, reduzindo a necessidade de intervenção humana.

Mais recentemente, com a colaboração do Otto Group, criou um protótipo para a gestão de devoluções. «A nossa visão a longo prazo é uma ideia inovadora – revolucionar a produção de têxteis», confirma, em comunicado, o fundador e CEO da Sewts, Alexander Bley. «Para chegarmos aí, primeiro dedicamo-nos aos mercados de nicho mais promissores e depois, passo a passo, vamos abordar a grande visão», acrescenta.