ITechStyle Summit em estreia

Fibras e processos avançados, economia circular e sustentável, têxteis inteligentes e políticas de desenvolvimento do cluster têxtil são alguns dos temas que vão ser abordados na iTechStyle Summit – I Conferência Internacional do Têxtil e Vestuário, que se realiza para a semana no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões.

Organizada pelo Citeve, em parceria com a Associação Selectiva Moda, a iTechStyle Summit reúne nos próximos dias 13 e 14 de fevereiro especialistas internacionais nos diversos domínios da indústria têxtil e vestuário.

Uma primeira abordagem que pretende projetar Portugal no mapa internacional da tecnologia têxtil, como explica o diretor-geral do Citeve, Braz Costa, ao Portugal Têxtil. «A cimeira surge em cima de várias vontades e constatações. Sendo Portugal um país onde as competências em tecnologia têxtil têm vindo a crescer de uma forma muito sustentada e com uma boa velocidade, não tem sido, contudo, palco para uma conferência de nível internacional. O que temos feito é ou num contexto excessivamente académico, o que faz todo o sentido, mas não responde à comunidade têxtil na sua globalidade, ou então coisas muito caseiras, muito nacionais e sem nenhuma visibilidade externa», afirma. «A existência de uma conferência de nível internacional de bom nível e de grande dimensão em Portugal ajudar-nos-á a valorizar a imagem de Portugal como um país de origem de tecnologia têxtil de nível avançado», acrescenta.

Após a análise de 2016 e perspetivas para 2017, um painel onde estarão representadas as associações do sector – com a intervenção do presidente da ANIL, José Alberto Robalo, do presidente da ANIT-LAR, Amadeu Ferreira Fernandes, do presidente da ANIVEC, César Araújo, e do presidente da ATP, Paulo Melo – seguir-se-á uma sessão sobre megatendências, onde estarão José Caldeira (ANI), Franchesco Marchi (Euratex), Peter Dornier (Dornier) e Nuno Lopes Gama (Sonae). Da parte da tarde do primeiro dia há um painel dedicado e fibras e processos avançados e um outro sobre digitalização e desmaterialização de produtos e processos. Em paralelo decorrem os workshops Regiotex. O dia termina com um jantar e a cerimónia de entrega dos prémios de inovação Inova Têxtil e iParasol.

O segundo dia começa com uma sessão dedicada à Internet das Coisas e à Indústria 4.0, onde intervêm Isabel Borges e Filipe Cabral Pinto da Altice Labs, João Gomes, do CENTI, Jürgen Jerzembeck, da Setex GmbH, e Hermann Freericks, da Thies GmbH, com moderação de Luís Carneiro, do Inesc-Tec. Segue-se um painel sobre processo digital e multifuncionalização, uma sessão dedicada ao vestuário de proteção e soluções inovadores têxteis para a área militar e, antes do encerramento, uma sessão sobre novos mercados e soluções para têxteis técnicos. Em paralelo, e ao longo do dia, realizam-se workshops sobre moda, inteligência, tendências e perspetivas e também sobre melhores práticas europeias de consumo de água e poupança de energia.

«O programa enche-nos as medidas – estamos muito contentes com o naipe de oradores que conseguimos atrair», indica Braz Costa ao Portugal Têxtil. «Está claríssimo no programa que é uma conferência internacional e muitas das pessoas que aceitaram participar são, nos seus domínios, das pessoas mais conhecedoras do mundo», acrescenta.

O número de inscritos «já ultrapassou os nossos limites iniciais», revela o diretor-geral do Citeve, sendo que esta não é uma conferência gratuita, com um custo de inscrição de 25 euros. «Tivemos a coragem de fazer uma coisa a pagar. É obvio que aquilo que as pessoas pagam não paga, nem de longe nem de perto, os custos de produção de uma iniciativa deste tipo. Mas o objetivo não é esse. O objetivo é, em primeiro lugar, induzir responsabilidade no momento da marcação», aponta Braz Costa. «Mas há uma outra questão. Temos uma certa tendência para valorizar economicamente algum tipo de serviços e desvalorizar outros. Estou certo que as empresas, pelo facto de pagarem, vão estar mais motivadas a falarem connosco e a dizerem o que não correu bem. E nós esperamos isso», indica.

Tanto que a segunda edição da iTechStyle Summit já está prometida e, provavelmente, trará novidades. «Ainda estamos a equacionar passar de dois para três dias para um maior envolvimento da comunidade académica. Em dois dias não temos espaço para ir à ciência mais fundamental. Mas Portugal também é um país de ciência fundamental na área têxtil. É um país que tem atores muito importantes na área dos materiais poliméricos, na área da nanotecnologia, etc., e, portanto, temos que juntar estes três pilares dentro da tecnologia: ciência, tecnologia e desenvolvimento de produto e negócio. Muito provavelmente estes três pilares vão identificar os três dias que poderá ser a duração da ITechStyle Summit no próximo ano», adianta Braz Costa em primeira-mão ao Portugal Têxtil.