O primeiro dia da iTechStyle Summit 2019, onde marcaram presença cerca de 600 pessoas, terminou com chave de ouro com a entrega dos prémios iTechStyle, que distinguem os projetos mais inovadores da indústria têxtil e vestuário portuguesa. Segundo Braz Costa, CEO do Citeve, estiveram a concurso, nas suas duas fases (em fevereiro e em setembro), 60 tecidos, 30 produtos confecionados e 65 acessórios.
O júri, composto por Ana Ribeiro, do Cluster Têxtil, Carla Silva, do CeNTI, Fernando Pereira, da Universidade do Porto, José Morgado, do Citeve, Pedro Guimarães, do Modatex, e Pedro Souto, da Universidade do Minho, selecionou os vencedores nas categorias tecidos, produtos confecionados e acessórios. Pela primeira vez foram ainda selecionados, entre todos os candidatos, os vencedores na categoria sustentabilidade e smart (artigos inteligentes). «É uma iniciativa nova, que começou em setembro do ano passado», explicou Braz Costa.
E os vencedores são…
Na categoria de tecidos, a LMA arrecadou o prémio com uma malha com efeito barreira contra radiações eletromagnéticas.

Já na categoria de produto, a vencedora foi a Scorecode, com o Musgo – um casaco pensado para minimizar os acidentes, graças à integração de fibras óticas que permitem aumentar a visibilidade do peão ou ciclista, por exemplo, e até sinalizar a mudança de direção. «Foi desenvolvido para diminuir a sinistralidade noturna, desde o desporto à noite até à moda das entregas de comida», explicou Daniel Mota Pinto, diretor de estratégia da Scorecode, ao Portugal Têxtil.

«Pensámos de uma maneira a incorporar luz ativa, ou seja, a luz reage aos movimentos do corpo – se travarmos acende a luz vermelha, se virarmos para a direita, acende a luz para a direita. Porém, ao desenvolver o casaco, deparámo-nos com outras questões. Por exemplo, ter um aparelho eletrónico do lado esquerdo, quando muita gente tem um pacemaker – colocamos então um forro com um tecido antirradiação para que qualquer pessoa possa usá-lo. Desenvolvemos também um dispositivo que tem ligação ao Bluetooth e Wi-fi que está sempre ligado ao telefone e caso fique inativo durante algum tempo, as pessoas mais próximas vão receber um alerta», descreveu o diretor de estratégia, para quem este prémio é a validação da aposta da empresa. «É um reconhecimento da nossa visão, que passa claramente por uma estratégia concertada entre sustentabilidade e inovação», sublinhou.
O Grupo Bordados Oliveira levou para casa o galardão para o acessório mais inovador com um estampado combinado com as técnicas de gravação a laser, foil, floco, flex, flex de impressão, flex refletor e gelinho.


Nas novas categorias, a parceria entre a Têxteis Penedo e a Sedacor deu frutos, com a almofada e a cortina produzidas com o fio Cork-a-Tex a arrecadar o prémio de sustentabilidade.Já a Adapttech foi distinguida na categoria de produtos smart com um sistema que usa material têxtil para a medição rigorosa dos pontos de pressão no encaixe de uma prótese.

Ao Portugal Têxtil, Diogo Lopes, designer da empresa, explicou que o sistema, que integra o Wearable, que foi premiado, tem como objetivo «ajudar amputados a conseguir ter o encaixe da sua prótese muito mais rápido. Atualmente existe um ciclo de tentativa e erro para ter a prótese perfeita, estar confortável e conseguir andar». O Wearable, com a ajuda de sensores, «consegue detetar a pressão no interior do encaixe e a marcha do paciente – isso permite-nos fornecer informação suficiente ao técnico protésico para fazer as modificações necessárias», acrescentou.
30 anos de Citeve
O jantar de gala foi ainda um momento para o Citeve celebrar os seus 30 anos, que comemora em 2019. «São 30 anos de crescimento, de consolidação», afirmou AntónioBraz Costa.
Momentos antes, Augusto Lima, vereador da economia da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, onde o centro tecnológico está sediado, tinha elogiado o Citeve, «que tem feito muito pela inovação e é uma instituição reconhecida internacionalmente», sendo, por isso, «um dos embaixadores da cidade de Famalicão».