Isadora Paris lança-se online

Adquirida há 20 anos e relançada em 2016, a marca do grupo Têxteis Penedo está direcionada para um segmento alto e para mercados de nicho. O mais recente projeto da Isadora Paris passa agora pelo comércio eletrónico, com a chegada, em breve, de uma loja online própria.

Pedro Silva

Vocacionada para o mercado do luxo, não tivesse nascido na capital da alta-costura, a Isadora Paris conjuga produtos de alta qualidade com design irrepreensível e é assim que quer conquistar novos clientes. «Tentamos expor na marca tudo aquilo que de bom ou melhor fazemos nas empresas do nosso grupo», explica Pedro Silva, revelando que «cerca de 95% dos produtos da marca são fabricados internamente», nomeadamente «os jacquards, que é algo que caracteriza muito a empresa e a marca – é o nosso principal cartão de visita, quer na roupa de cama, quer nos atoalhados de mesa».

Os clientes-alvo da Isadora Paris têm idades entre os 35 e os 50 anos e «um gosto mais refinado, entre o sofisticado e o luxo», descreve o responsável da marca ao Jornal Têxtil. Emirados Árabes Unidos e Brasil são dois dos mercados de eleição da Isadora Paris, juntamente com a Europa, México e Uruguai, mas também países africanos, como a Nigéria ou a Argélia.

«Em todos os países, há nichos, pessoas que têm uma aptidão para procurar produtos, não vou dizer melhores, mas diferentes», acredita Pedro Silva. No Brasil, apesar das taxas, «as coisas, hoje em dia, vão começar a crescer. O Brasil procura um produto com valor acrescentado ou de luxo e é um povo que não se importa de pagar quando o produto é bom. Entramos num centro comercial em São Paulo e tem Ermenegildo Zegna, Christian Louboutin, … estão todos lá nos shoppings de nível superior e é aí que nós queremos estar, obviamente», afirma.

A estratégia tem passado pela procura de distribuidores para a Isadora Paris, incluindo grandes armazéns. «Mais do que ninguém, os locais conhecem quais são as lojas onde o nosso produto deve estar», considera o responsável da marca.

Chegar ao consumidor final

A nova aposta, contudo, prevê o contacto mais próximo com os consumidores finais. «Estamos, neste momento, a terminar o nosso próprio website de comércio eletrónico – penso que estará pronto no segundo semestre. Já estamos na fase terminal, na parte da fotografia», desvenda Pedro Silva.

«Não devemos lançar um website só por lançar – ou fazemos alguma coisa bem feita, diferenciada, ou mais vale estar quieto, porque é a nossa imagem e as redes sociais podem ser muito ingratas – podem ser uma via para atingir os nossos fins, mas podem ser também uma desgraça total», assegura. Como tal, este novo canal de distribuição tem sido cuidadosamente pensado, começando, numa primeira fase, com quatro línguas: inglês, francês, espanhol e português. «Poderemos depois colocar mais alguma se virmos que temos necessidade», admite.

Com expectativas «elevadas», até porque «os custos com o site são também elevados», o responsável da Isadora Paris espera que a aposta «tenha retorno não só financeiro, mas também na notoriedade da marca, que chegue a um público a que não é tão fácil de chegar numa loja».

Atualmente com 12 pessoas dedicadas, a Isadora Paris, que está integrada na empresa IXL – Comércio e Serviços, deverá evidenciar um ano de crescimento, sendo a prioridade o website. Mas há também planos para o médio prazo. «Pretendemos consolidar alguns mercados. Queremos, sem dúvida, estar consolidados em França e estamos agora a dar um passo, que será muito importante e difícil para a marca, que é a conquista do mercado americano. Depois vamos tentar a América do Sul e, mais tarde, provavelmente passar para a Ásia e da Ásia para o resto do mundo», adianta o responsável pela marca.