Investigação encontra químicos nocivos em artigos infantis

Uma investigação da Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA) encontrou substâncias que podem causar cancro, mutações genéticas ou danos no sistema reprodutivo em produtos para crianças, incluindo babetes e cadeiras automóvel.

[Pixabay-Deepakrit]

A investigação, que recolheu informação de 48 fontes diferentes, revela que substâncias que são carcinogénicas, mutagénicas ou tóxicas para a reprodução podem estar presentes em produtos para crianças. Metais como cobalto e chumbo, juntamente com ftalatos como DEHP [ftalato de bis(2-etil-hexilo)], são as substâncias nocivas mais comummente encontradas em produtos para crianças.

Segundo a ECHA, os químicos carcinogénicos, mutagénicos ou tóxicos para a reprodução foram encontrados sobretudo em artigos como cadeiras automóvel, babetes, produtos relacionados com higiene e colchões e camas. As crianças podem ser expostas a estas substâncias durante a utilização, através de contacto oral ou com a pele, e são particularmente vulneráveis aos malefícios causados por estes químicos devido ao seu pequeno tamanho, fisiologia em desenvolvimento e comportamento.

O estudo da agência fornece elementos para apoiar a Comissão Europeia na preparação para uma potencial restrição futura, indica a ECHA, acrescentando que «estes incluem informação de como os artigos de criança são definidos, que restrições poderão ter, potenciais derrogações, limites de concentração recomendados e prazos de implementação».

Aliás, sublinha, «o propósito da investigação da ECHA é apoiar a Comissão Europeia a preparar restrições sob a Regulamentação Reach para proteger as crianças da exposição a substâncias carcinogénicas, mutagénicas ou tóxicas para a reprodução em artigos de criança», descreve a agência, acrescentando que se focou nas substâncias classificadas na categoria 1A, isto é, reconhecidas como sendo carcinogénicas, mutagénicas ou tóxicas para a reprodução, e 1B, que inclui as substâncias que se presume serem nocivas nesse sentido.

O relatório da ECHA, que inclui ainda indicações sobre a viabilidade da imposição de restrições, será agora submetido à Comissão Europeia.