Intecol consolida investimento

Chegar aos dois milhões de euros de faturação é o objetivo da Intecol, especialista no design e produção de meias e collants. A exportação representa 90% do volume de negócio da empresa nascida em 1985 e que emprega hoje 42 trabalhadores.

Entre meias e collants, a Intecol estava inicialmente mais focada numa linha de moda. Ainda assim, a empresa investiu, nos últimos dois anos, na produção de produtos de compressão graduada (ver Intecol investe na produção).

«A Intecol realizou um grande investimento, entre 2016 e 2017, na remodelação de uma grande percentagem do seu pack de máquinas. Adquirimos entre 10 a 15 teares e investimos também em máquinas de acabamentos», revela, ao Portugal Têxtil, a diretora comercial Célia Macedo, da empresa. «De vez em quando é necessário investir, porque a empresa já tem mais de 30 anos. Tem que haver um refresh, senão ficamos obsoletos», justifica. Depois deste período «de grande crescimento e de obras na empresa», o objetivo é, no novo biénio, «amortizar os investimentos e crescer no volume de faturação, já que o investimento foi realizado nesse sentido», afirma.

No ano passado, o volume de negócios atingiu o milhão e 750 mil euros. A curto prazo, a meta é chegar «aos dois milhões de euros», confessa a diretora comercial.

Quase 6 milhões de pares de collants por ano

Com 42 trabalhadores, a Intecol controla todo o processo produtivo: tricotagem, costura, acabamentos, embalagem e expedição. Produzindo cerca de 5 milhões e 800 mil pares de collants por ano, a empresa trabalha para private label e tem ainda uma marca própria, a Lady Suzy, que representa cerca de 30% do volume de negócios. Aproximadamente 90% do que é produzido na Intecol é exportado, com África do Sul, Israel e Espanha como principais destinos.

Para atingir 90% de exportação, Célia Macedo explica que o maior esforço foi na presença em feiras internacionais. Além disso, «a Intecol já é uma empresa com muitos anos no mercado e acabamos por ser conhecidos», admite. «Ultimamente fazemos a Fashion SVP. Já fizemos muitas feiras nos dois últimos anos. Na verdade, a capacidade de produção estava a chegar perto do limite, então resolvemos reduzir um pouco no número de feiras. Mantivemos feiras de private label, como é o caso da Fashion SVP, que fizemos em janeiro e junho», esclarece. Ainda que estejam «satisfeitos» com os mercados onde estão presentes, Célia Macedo reconhece que «há sempre mercados interessantes pela dimensão, como a Rússia por exemplo». «Mas como também estamos com um volume de produção considerável, não estamos desesperadamente à procura de novos mercados, digamos assim», sublinha a diretora comercial.

Produzir em Portugal «ajuda»

Célia Macedo aponta que as dificuldades sentidas na empresa são os custos elevados da energia em Portugal, em relação a outros países. «Produzir em Portugal tem um custo que noutros países não é tão elevado e isso dificulta a vida das empresas», uma «sina» à qual já estão habituados, assume. Ainda assim, a diretora comercial da Intecol adianta que, em feiras, em conversas com clientes, repara que «há compradores estrangeiros a quer comprar o produto português». Mas será que o facto de o produto ser português vende? «Eu não sei vende, mas ajuda. Dá uma confiança ao comprador, a confiança da qualidade e a seriedade. Sabem que o que encomendam é o que recebem. Noutros países nem sempre é assim», assegura.