O hábito da cura
A cura será uma preocupação essencial e em curso, à medida que os desafios sociais e ambientais a longo prazo levam os consumidores a focar-se em rituais de recuperação.
Os produtos vão rastrear o bem-estar de formas inovadoras. O CaT Pin, da designer Leah Heiss, sediada na Austrália, envia um toque a alguém da família ou amigo se o seu utilizador ficar abaixo de um número de base para taxas de interação saudáveis, para encorajar o cuidado comum.
O grande interior
A casa vai continuar a ser um espaço de santuário, crescendo para um ecossistema mais vasto de atividades e produtos, desde o vestuário de offline – produtos desenhados para não fazer nada, como os conjuntos de camisolas da Baked Collection – a designs que fornecem proteção. Os consumidores vão encontrar conforto em curvas e o design sensorial será uma ferramenta importante para criar ambientes. Os têxteis aromáticos da Pallavi Padukone, que incluem lavanda e hortelã-pimenta, oferecem uma terapia relaxante. Marcas de moda e lifestyle vão entrar no mundo dos interiores, criando ecossistemas de múltiplos produtos para expandirem a sua abrangência.
A ciência vai salvar-nos
À medida que os consumidores colocam a sua esperança na ciência, vai haver um novo apetite por projetos ambiciosos, onde são feitos grandes investimentos apesar de as possibilidades de sucesso serem reduzidas.
Novamente ciborgue
Os consumidores vão ficar cada vez mais confortáveis a usar tecnologia para complementar os seus sentidos e capacidades e, como tal, as marcas poderão explorar como interagir com wearables e até, eventualmente, implantes. A estética inspirada nos ciborgues é também apelativa, sobretudo entre os mais jovens.
Supernatureza
Produtos, alimentos e matérias-primas criadas em laboratório serão comercializados para ajudar a conservar recursos naturais, abrindo novas oportunidades entusiasmantes. A empresa Galy, sediada nos EUA e no Brasil, está a desenvolver algodão cultivado em laboratório, enquanto a marca americana Bolt Threads vai trabalhar com um consórcio de quatro empresas – Adidas, Kering, Lululemon e Stella McCartney – para usar o couro de micélio Mylo em produtos em 2021.
Alargar o outdoor
Com os consumidores a gastarem mais tempo e dinheiro em estilos de vida no exterior, as marcas em todas as indústrias vão entrar na “era do outdoor”.
O design social
A colombiana Looking for the Masters procura gerar ligações duradouras entre artesãos e as indústrias da moda e interiores. Além disso, as pessoas querem dar asas à sua criatividade – o designer britânico JW Anderson revelou o seu padrão de camisola depois de se ter tornado viral junto de tricotadores no TikTok.
Redes conscientes
Com os sistemas mundiais a serem reformulados, a tecnologia e o design vão aprender com a inteligência ancestral e as redes interconectadas da natureza. No design de produto, vai haver um foco maior na biodiversidade. Com 40% das espécies mundiais de plantas em risco de extinção, as marcas terão um papel a desempenhar como guardiãs da natureza.
Coletivo e regenerativo
As marcas vão assumir abordagens regenerativas à sustentabilidade, trabalhando em colaboração com outras indústrias e atribuindo aos consumidores mais responsabilidade. «Fazer um progresso real nas mudanças climáticas vai exigir que a indústria se junte… não podemos apenas esperar por soluções – temos de as criar», admite Virginia Rustique-Petteni, diretora sénior de envolvimento e sustentabilidade a Nike.
O estilo de vida do ciclo de vida
Modelos emergentes de design vão focar-se no pensamento a longo prazo, ao mesmo tempo que os produtos vão responder aos ciclos dos consumidores – diariamente, mensalmente e a longo prazo – para novos momentos de ancoragem. Alguns produtos nunca vão ser de alguém, vão apenas ser usados. A avaliação dos ciclos de vida será essencial para avaliar o impacto ambiental total de um produto, apoiando o design responsável.
O metaverso
A subcultura das emoções
Os estados emocionais dos consumidores vão intersectar-se e ser cada vez mais complexos, gerando uma nova economia criativa com base em sentimentos específicos partilhados. As marcas têm de tecer uma linha para serem bem sucedidas a serem empáticas e não entrarem numa zona cinzenta de crítica à expressão emocional das pessoas.