O Portugal Têxtil falou com António Amorim, administrador da Arco Têxteis, para comentar o estudo Benchmarking sobre Desenvolvimento de Novos Produtos que a empresa apresentou em parceria com a TMG no Auditório do Citeve, em Vila Nova de Famalicão. Este estudo, realizado com a contribuição da V-Sistemas, assenta numa análise sobre benchmarking levada a cabo pelas duas empresas nacionais em conjunto com a Tessitura Monti, S.A., de Itália. Foi igualmente apresentado um sistema de CAD/CAM, que permitirá aperfeiçoar a gestão fabril, bem como a comercialização de produtos e a comunicação com clientes. Tratou-se de mais um projecto desenvolvido ao abrigo das Medidas Voluntaristas do Programa IMIT. Questionado sobre a diferença entre estratégias ganhadoras e estratégias perdedoras, António Amorim afirma que «não se pode confundir lançar novos produtos com inovação», dado que «inovação é um processo, e as empresas devem estar constantemente a inovar». Deste modo, a variação sobre produtos existentes torna-se a principal diferença entre estratégias ganhadoras e estratégias perdedoras, e não os novos produtos. Normalmente «as pessoas têm a ideia que o apresentar novos produtos, é que é vanguarda e este estudo contraria um pouco isso». Em termos de risco e rentabilidade, «o problema dos novos produtos é que nem sempre são bem sucedidos e têm de ser testados no mercado, mas isso é lento e nós vivemos em ciclos de vida dos produtos relativamente curtos.» António Amorim refere ainda que o risco de lançar novos produtos é grande, dado que há «muita dificuldade em nos impormos à moda e portanto muitas vezes é preferível ir modificando os produtos já existentes de acordo com as tendências do mercado». É precisamente neste sentido que surge este estudo de benchmarking. Depois de analisado internamente por cada uma das empresas, o estudo vai servir para a definição das mesmas, face à posição de perdedor ou ganhador. Para o caso concreto da Arco Têxteis, chegaram à conclusão «que fazer novos produtos não é o caminho mais válido». Relativamente à importante apresentação do sistema CAD/CAM, está já implantado na Arco Têxteis há vários anos, conseguindo uma «ligação directa ao cliente», o que permite, por exemplo, trabalhar directamente com a filial do Brasil «a fazer desenhos e a modificá-los como se estivessem aqui».