A evolução da balança comercial portuguesa reflete, de acordo com a análise dos dados preliminares disponíveis no Instituto Nacional de Estatística (INE), uma subida de 25,1% no total das exportações portuguesas de bens, enquanto as importações cresceram 35,4% no conjunto do período de janeiro a julho.
Excluindo os “combustíveis e lubrificantes”, o défice da balança comercial de Portugal situou-se em 9,44 mil milhões de euros, evidenciando um agravamento de 42,5% em relação ao valor registado em 2021. Este resultado surge na sequência de uma subida de 20,9% nas exportações e de um acréscimo de 24,4% no valor das importações. Excluindo os produtos energéticos e com base na perspetiva dos desempenhos por região, verificou-se, no conjunto do período de janeiro a julho, uma subida homóloga de 21,1% no valor das exportações destinadas ao mercado intracomunitário, enquanto as exportações destinadas ao mercado extracomunitário cresceram 20,4%. Do lado das importações de Portugal, as provenientes de mercados intracomunitários registaram uma subida de 19,0%, enquanto as provenientes de origens extracomunitárias aumentaram 46,7%.
Em termos específicos para a indústria têxtil e vestuário, analisando a evolução em período homólogo do índice de volume de negócios na indústria (INE) para o mês de julho, a análise do CENIT evidencia uma subida de 10,0% no sector do vestuário. Ao nível das indústrias transformadoras foi registada uma subida de 25,7% em relação ao mês de julho de 2021. Em termos da evolução em cadeia, foi evidenciada uma subida de 29,3% no sector do vestuário, sendo registada uma subida de 0,7% nas indústrias transformadoras.

Quanto à evolução em período homólogo do índice de produção industrial (INE) para o mês de junho, evidencia-se uma descida de 13,9% no sector têxtil. Ao nível das indústrias transformadoras foi registado um aumento de 5,2% em relação ao mês de junho de 2021. Em termos da evolução em cadeia, houve uma descida de 8,6% no sector têxtil, tendo-se verificado uma descida de 5,4% nas indústrias transformadoras.
Emprego e preços sobem na ITV
Os dados para a variação homóloga do índice de emprego na indústria (INE) evidenciaram em julho uma subida de 1,6% no sector têxtil e de 1,9% no sector do vestuário. Nas indústrias transformadoras foi registada uma subida de 3,0%. Relativamente à variação em cadeia, entre os meses de junho e julho, o índice de emprego na indústria aumentou 0,3% no sector têxtil e 0,8% no sector do vestuário, tendo registado um crescimento de 0,9% nas indústrias transformadoras.
De acordo com os dados do INE para a variação homóloga do índice de horas trabalhadas na indústria, em julho verificou-se uma descida de 4,2% no sector têxtil e de 2,5% no sector do vestuário, enquanto nas indústrias transformadoras a variação foi praticamente nula em relação a igual período de 2021. Ao nível da variação em cadeia, foram sentidas, entre junho e julho de 2022, subidas de 2,7% no sector têxtil e de 6,6% no sector do vestuário, enquanto nas indústrias transformadoras verificou-se um aumento de 3,3%.
O índice de preços na produção industrial (INE) registou, em termos homólogos no mês de julho, uma subida de 11,9% ao nível do sector têxtil e um aumento de 1,3% no sector do vestuário, em relação a igual período de 2021. Este indicador teve uma subida homóloga de 25,9% ao nível das indústrias transformadoras. Na variação em cadeia, entre os meses de junho e julho, verificou-se uma alteração positiva de 0,2% no sector têxtil e de 0,1% no sector do vestuário, enquanto nas indústrias transformadoras o índice registou um crescimento de 1,5%.
Relativamente à variação homóloga do índice de preços no consumidor (INE), foi registada no mês de agosto uma subida de 6,8% ao nível dos têxteis de uso doméstico e uma descida de 1,7% nos artigos de vestuário. Analisando a evolução em cadeia, na comparação com o mês de julho, foi registada em agosto uma descida de 0,2% nos têxteis de uso doméstico e uma descida de 9,2% nos artigos de vestuário.
O indicador de clima económico do INE registou em setembro (+1,6%) uma nova descida da perceção do clima económico por parte das empresas, uma tendência que se verifica desde o mês de maio. Também o indicador de confiança da indústria transformadora do INE acentuou em setembro a perceção negativa das empresas (-6,0%), reforçando a tendência verificada no mês anterior (-5,3%).