Indústria Têxtil da Índia à procura de acordos

Segundo alguns especialistas, a Indústria Têxtil da Índia, precisa de tornar o custo de exportações mais competitivo devido ao cessar das quotas nos próximos anos e às ameaças crescentes da entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo alguns industriais abolição das quotas de exportação ao abrigo da OMC em 2004 poderá desperdiçar imensas oportunidades para a Índia, mas a indústria deve ser engrenada para as agarrar. «Nós vamos ter de melhorar a nossa economia de escala para nos tornarmos competitivos,» afirmou Vijaya Katti, do prestigiado Instituto do Comércio Internacional (IIFT), e perita na OMC. Os têxteis constituem 35% das exportações da Índia e foi avaliado em 10.5 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de contos) em 1999/2000. O país é responsável por 21% do fornecimento mundial de fios e 15% da produção mundial de algodão. No entanto a sua parte das exportações têxteis mundial é apenas de 2,8%. Vinte e cinco por cento das exportações têxteis vão directamente para os Estados Unidos e uma larga parte dos fios que são vendidos a outras nações são encaminhados para os Estados Unidos em forma de vestuário. As exportações que estão a “sofrer” devido ao abrandamento da economia dos Estados Unidos, foram bastante atingidas devido aos ataques de 11 de Setembro. Mas os têxteis continuam a ser o “sangue vital” do desenvolvimento de países como a Índia, o Paquistão e o Bangladesh, os quais exigem permissão para vender os têxteis aos países ricos, ameaçando o acordo negociado na reunião do mês passado da OMC em Doha. Murasoli Maran, ministro do comércio da Índia, tem exigido que os países ricos respeitem o seu passado de compromissos de mercado aberto, especialmente nos têxteis. Katti disse que a indústria vai ter de levantar o nível de automação e pensar em termos de produção de massa dos artigos de exportação como vestuário e t-shirts. «Os supermercados nos Estados Unidos e na União Europeia querem milhões de t-shirts ou fatos, mas não somos capazes de os fornecer,» afirmou Katti. A indústria têxtil indiana precisa também de diversificar, fazendo desde artigos de luxo até uniformes, que são artigos procurados por todo o mundo. Esta, enfrenta ainda vários problemas, especialmente no que diz respeito a regulamentos laborais, custos de trabalho e a falta de tecnologia. Alguns analistas afirmaram que a entrada da China na OMC, formalmente aprovada a 10 de Novembro, poderia aguçar a competição do sector das exportações têxteis. Comparado com a Índia, a China tem um menor nível de interesse e problemas laborais mínimos. A sua estratégia é desenvolver artigos de baixo custo para produzir grandes quantidades. Os comerciantes afirmaram que as concessões dadas ao Paquistão por alguns países importadores corroeram o custo de competitividade da Índia. O governo indiano foi pressionado pela indústria têxtil para tentar acordos com a União Europeia, no sentido de aceder a um mercado mais alargado.