Num prazo de dois a três anos, a indústria portuguesa de calçado quer duplicar as suas exportações para Espanha. O objectivo é alcançar os 20 milhões de contos. O target é considerado acessível, uma vez que a taxa média de crescimento anual das vendas portuguesas para este mercado tem oscilado entre os 50 % e os 60 %. De acordo com o jornal Público, o curioso é que a Indústria portuguesa partiu do zero. Isto porque há cinco anos simplesmente não haviam exportações para Espanha. Actualmente Espanha é já o sexto destino do calçado português (10 milhões de contos), mas prevê-se que dentro de dois a três anos suba para a quarta posição. “Espanha é o prolongamento natural do nosso mercado e, por isso, faz todo o sentido que seja encarado como prioritário”; as palavras são do director-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS). A associação vai realizar uma campanha de marketing institucional em Espanha. O objectivo é passar uma imagem de marca do calçado português que assenta no slogan: “Portugal Quality Shoes”. O arranque da campanha está previsto para o próximo ano. O público-alvo são os distribuidores e retalhistas, a quem serão enviados mailings directos, a par da colocação de anúncios na imprensa e em revistas especializadas. A campanha prevê ainda acções de carácter social, nomeadamente shows de moda e briefings com a comunicação social e os líderes de opinião locais. “Não podemos ignorar que Espanha não pode ser encarada como um território homogéneo e, por isso, desenvolveremos uma campanha que tenha em conta as especificidades de cada região”, explica Manuel Carlos. A Polónia é outro dos targets da indústria portuguesa de calçado, por isso está a ser preparada uma campanha similar para aquele mercado. A campanha a realizar será uma actualização da já realizada neste mercado em 2000, tendo em vista sedimentar os efeitos já obtidos. O grosso dos meios financeiros será dirigido ao mercado polaco, mas a APICCAPS irá também realizar “operações cirúrgicas” nos países vizinhos: Bielorússia, Ucrânia, Lituânia, Estónia e Letónia. Estes projectos estão avaliados em 1,1 milhões de contos, sendo que as suas candidaturas formais deverão ser entregues dentro de duas semanas.