Inditex teoriza sobre retalho

Das pessoas à tecnologia, Pablo Isla, CEO do grupo Inditex, apresentou recentemente uma nova teoria do retalho, batizada pelo próprio de “Os quatro pilares do sector do retalho” e todos os executivos se apressaram a tirar apontamentos.

A teoria de Isla foi publicada no Wall Street Journal e, considerando a reputação do grupo Inditex, depressa foi reverberada à escala global.

O primeiro dos quatro pilares definidos por Pablo Isla diz respeito às pessoas e ao talento que de que os retalhistas precisam para manterem os seus níveis de produtividade e de criatividade. Tudo isto orbita um compromisso com a igualdade de género, diversidade e inclusão.

Em segundo lugar está a resposta à procura dos consumidores pelas «últimas tendências de moda com a melhor qualidade». Este pilar, segundo o CEO do grupo Inditex, requer um «processo produtivo que incorpore as melhores práticas éticas e ecológicas na cadeia de aprovisionamento».

O terceiro pilar inclui a tecnologia e a possibilidade de os clientes transitarem perfeitamente entre as diferentes plataformas de um retalhista.

O último e quarto pilar, segundo Isla, refere-se à sustentabilidade, que exige uma visão de longo prazo aos retalhistas.

Liderar como exemplo

Passando da teoria à prática, em dezembro, o grupo Inditex anunciou um crescimento de 10% nas vendas líquidas, para os 17,96 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano fiscal de 2017.

Com foco no serviço e na experiência do cliente, a Inditex anunciou também o levantamento em loja, através de pontos de recolha automáticos, para as encomendas online e a entrega no dia seguinte em mercados como Espanha, França, Reino Unido e China.

Apesar do sucesso contínuo da Inditex, o segmento de moda rápida no qual está incluída não pode continuar a ter como pilar a produção nociva ao meio ambiente que incentivou uma atitude de descarte por parte dos consumidores e ajudou a baixar os salários e a deteriorar as condições de trabalho dos elos mais fracos da cadeia de aprovisionamento. As gerações mais jovens de consumidores, em especial, têm vindo a insurgir-se contra esse modelo.

«Isso significa, também, aumentar a utilização de matérias-primas amigas do meio ambiente, garantir a reutilização ou reciclagem de produtos têxteis no final dos seus ciclos de vida, desenvolver lojas eficientes, ter uma utilização racional e justa da água e eliminar o desperdício de forma inteligente», escreveu ainda Pablo Isla. «Simplificando, significa incorporar os princípios da economia circular na estratégia corporativa», concluiu o CEO do grupo Inditex.