A Inditex registou um volume de negócios de 27,72 mil milhões de euros no passado ano fiscal, que decorreu de 1 de fevereiro de 2021 a 31 de janeiro de 2022, o que representa um aumento de 35,8% face ao ano fiscal de 2020 e de 3% acima do registado em 2019, o ano pré-pandemia. Também os lucros somaram um incremento de 193% (em comparação com 2020), para 3,24 mil milhões de euros.
«Depois de dois anos de pandemia, este conjunto de resultados demonstra a incrível capacidade de adaptação a qualquer circunstância que caracteriza todas as pessoas que trabalham aqui, devido ao seu empenho e talento», considera o presidente-executivo da retalhista espanhola, Pablo Isla.
Já Óscar García Maceiras, CEO do grupo, destacou que «a liderança demonstrada pela empresa em termos de transformação digital nos últimos anos coloca-nos numa posição incontestável para oferecer um nível excecional de envolvimento com a nossa moda de qualidade e sustentável».
Apesar dos bons resultados, a análise mais aprofundada mostra, por exemplo, que as vendas no quarto trimestre foram bastante afetadas pelo encerramento temporário de lojas em países como a Alemanha e a China devido à disseminação da variante Ómicron do covid-19, que deverão ter prejudicado o negócio em cerca de 400 milhões de euros.
Entre 1 de fevereiro e 13 de março, as vendas da Inditex subiram 33% em comparação com o mesmo período do ano passado e 21% face a 2019.
Na conferência de apresentação dos resultados, Óscar García Maceiras revelou que a empresa planeia fazer ajustes de preços nos mercados afetados com a inflação, mas sem afetar o seu negócio de moda acessível. A Inditex estima um aumento médio, a nível mundial, de 5%, sendo que para Espanha e Portugal a subida prevista é de 2%.
«Os aumentos irão depender da situação e seremos seletivos. Não planeamos aumentos massivos», referiu CEO.
Rússia em pausa
A Inditex indicou ainda que os EUA se tornaram no seu principal mercado a seguir a Espanha no ano passado e que todos os mercados, com exceção da Rússia e da Ucrânia, recuperaram para níveis pré-pandémicos.
«O nosso objetivo é retomar as operações na Rússia e na Ucrânia assim que as circunstâncias o permitirem», garantiu Óscar García Maceiras, adiantando que o grupo continua a pagar os salários aos mais de 9.000 funcionários que tem na Rússia. «Estamos a acompanhar de perto a situação e vamos avaliar o que fazer», concluiu o CEO.