No ano fiscal terminado a 31 de janeiro, a Inditex registou um lucro líquido de 1,1 mil milhões de euros, um valor 70% inferior ao registado em 2019. As vendas líquidas baixaram 28%, para 20,4 mil milhões de euros, que aumenta para 24,5% se se considerar câmbios constantes.
As vendas online, contudo, registaram um «crescimento extraordinário», tendo subido 77%, para 6,6 mil milhões de euros, sendo um dos pilares de resiliência e de crescimento futuro da retalhista espanhola, que tem já disponível esta modalidade em «praticamente 100%» dos países onde opera, 25 dos quais com lançamento de vendas online no ano passado – aliás, na China, as marcas direcionadas para os consumidores mais jovens, nomeadamente a Bershka e a Stradivarius, vendem agora exclusivamente online.
«A Inditex emergiu mais forte depois de um ano tão desafiante graças ao extraordinário empenho de todas as pessoas na empresa», acredita Pablo Isla, presidente-executivo do conselho de administração. «É uma empresa mais forte hoje do que há dois anos, com um modelo de negócio único e uma plataforma de vendas global, flexível, integrada digitalmente e sustentável, o que nos coloca numa excelente posição para o futuro», acrescentou.
«Temos sido capazes de oferecer, online, aos nossos clientes, os produtos que eles teriam encontrado na loja, graças à nossa oferta de stock integrado», apontou.
Nível de vendas «saudável»
Numa altura em que tem ainda cerca de 8% das suas 6.829 lojas fechadas por imposições legais ligadas à contenção da pandemia em diferentes países, a Inditex antecipa que em meados de abril, com o alívio dos diferentes confinamentos, poderá reabrir todos os seus pontos de venda. «Assim que as lojas reabrem, o nível de vendas torna-se muito saudável», referiu o presidente-executivo durante a apresentação dos resultados.
Chloe Collins, analista sénior de retalho na empresa de análise de mercado Global Data, destacou, citada pelo just-style.com, que a «dependência do mercado europeu, que constituía mais de 60% das vendas antes do vírus, foi um grande obstáculo, com as horas de comércio a baixarem 25,5% ao longo do ano à medida que países como o Reino Unido, Espanha e Itália eram fortemente afetados pelo Covid-19, resultando em vários períodos de encerramento de lojas». Quanto ao futuro próximo, «com todos os seus pontos de venda mundiais a deverem estar abertos até 12 de abril, as lojas da Inditex (em especial da Zara) estarão certamente entre os principais destinos de moda que os consumidores estão ansiosos por revisitar e o ano fiscal 2021/2022 deve ver a empresa retomar os seus padrões anteriores de forte crescimento», salientou Chloe Collins.