Esta é uma área que tem assumido uma importância crescente para a Impetus, que, no entanto, vê no todo a mais-valia da Indústria 4.0. «O que sentimos é que tem de ser de uma ponta à outra da fábrica, porque o conceito 4.0 é a digitalização dos processos, para os dados poderem ser tratados e transferidos para clientes ou outras partes da cadeia de valor, e que haja uma integração», explica Tércio Pinto, administrador da empresa.
Apesar dos investimentos realizados neste sentido, «o 4.0 ainda é um grande desafio, porque a forma de trabalhar é diferente, a cultura tem de mudar, mas integrar com quem trabalhamos é extremamente difícil, porque há um gap e o mercado tem de seguir esse gap», considera.
A Impetus tem procurado destacar-se com «um esforço contínuo na digitalização dos processos, na forma como comunicamos, como integramos, e estamos a preparar-nos cada vez mais em poder passar esses dados digitalizados e integrados para os nossos clientes e fornecedores», sublinha.
Da criação à produção
Neste âmbito, a empresa está atualmente a trabalhar em diferentes iniciativas nas várias empresas do grupo. «A parte da digitalização da peça e da sua criação desde o primeiro momento numa tecnologia 3D é algo que está a ser alvo de atenção e investimento por parte da Impetus e, obviamente, a sua integração com a Acatel [a empresa de acabamentos do grupo], porque não se consegue fazer um estampado ou um tingimento sem estar integrado com o acabador», aponta Tércio Pinto.
A importância dos dados
Depois de um ano de 2020 que o administrador da Impetus classifica como «bom», 2021 «não está a ser um mau ano», embora os resultados estejam a ser afetados por condicionantes externas. «Estamos a sofrer com os impactos da subida das matérias-primas e dos custos energéticos, que são muito fortes e têm, obviamente, impacto na rentabilidade do negócio. Mas as perspetivas são boas», indica.
Quanto ao próximo ano, «temos de partir com otimismo e tentar fazer a nossa parte, mas achamos que vai ser um ano difícil, porque este impacto na cadeia de valor é forte. O custo das matérias-primas subiu a valores impossíveis, vê-se o que está a acontecer com a inflação nos países e isso vai afetar o consumidor. Também é preciso aprender a gerir estes custos energéticos e os custos logísticos, que levaram os preços a um nível muito elevado. Isso é uma grande preocupação que temos: temos de ser mais produtivos e mais eficientes. Esse é o objetivo. Mas temos boas perspetivas», reforça o administrador.
Um objetivo que passa pelos dados, num regresso aos princípios da Indústria 4.0. «Temos todos de aprender a acumular dados. Como eu vou medir o meu consumo e como o meu vizinho vai medir tem de ser igual, senão não podem ser comparados. Portanto, a indústria 4.0, neste caso, também tocando um pouco na área da eficiência e da sustentabilidade, é outro dos grandes desafios. E é um desafio bastante difícil, seja para que empresa for, porque há falta de métricas», reconhece Tércio Pinto.
Procurando ser pioneira também nesta área, «estamos a fazer estudos internos, a tentar perceber e a trabalhar os nossos dados para que possamos comunicá-los de forma consistente ao mercado», resume Tércio Pinto.