De acordo com o enquadramento do projeto, publicado na mais recente newsletter do Compete, as úlceras de pressão são um dos maiores problemas em termos da segurança clínica dos pacientes em todo o mundo, afetando cerca de 6,5 milhões de pacientes. «Esta condição, pelo seu impacto quer a nível socioeconómico, quer na qualidade de vida da pessoa, representa um grave problema de saúde e a sua prevenção constitui um desafio. A abrangência a grupos-alvo como pessoas idosas (mobilidade reduzida ou nula), doentes crónicos e pessoas com deficiência motora intensifica ainda mais a prevalência e preocupação associada ao desenvolvimento desta condição clínica», refere.
A Impetus, em parceria com a Universidade do Minho, o Instituto Ibérico de Nanotecnologia e a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, quer contribuir para a prevenção deste problema e está a desenvolver uma nova tipologia de vestuário para aplicação hospitalar, tendo em conta novos conceitos de design e geometrias para a modelação da estrutura das peças.
Sendo as úlceras de pressão lesões localizadas na pele ou tecidos subjacentes, normalmente sobre uma proeminência óssea, «todo e qualquer produto que pretenda prevenir ou tratar a referida patologia deve ter como objetivo uma melhor redistribuição possível da pressão. Neste contexto, para que o vestuário inteligente proposto consiga desempenhar tal função, é extremamente necessário o uso de fibras com maior imersão e envolvimento controlado. A imersão é a capacidade que uma superfície de apoio tem em permitir que um paciente se afunde nela. Neste mecanismo, como o corpo se afunda, o peso do paciente é redistribuído através de uma área maior, aumentando a área de contacto com a superfície de apoio, proporcionando assim uma maior dispersão da pressão», explica Juliana Cruz.
Ao nível do controlo das infeções, está a ser investigada a tecnologia baseada em nanomateriais fotocatalíticos, com vista a gerar uma proteção antimicrobiana duradora. «No desenvolvimento de microcápsulas com agentes ativos encapsulados para aplicação úlceras de pressão, foram produzidos diferentes tipos, variando os métodos de síntese e os materiais constituintes, de acordo com o agente ativo a encapsular e o seu processo de libertação», adianta a diretora de investigação, desenvolvimento e inovação da Impetus, que acrescenta que «o consórcio recentemente submeteu um pedido de patente da tecnologia».