IA melhora relação com os consumidores

Os riscos de utilizar inteligência artificial generativa, como o ChatGPT, ainda fazem com que a tecnologia seja pouco usada, mas um novo estudo refere que as marcas e retalhistas de moda devem aproveitar este avanço para prever tendências e reunir dados sobre os seus consumidores.

[©Pixabay-Alexandra Koch]

O estudo Impact of Generative AI in Retail and Apparel, da GlobalData, conclui que os retalhistas podem aproveitar a inteligência artificial generativa – que tem sido falada sobretudo pela sua capacidade de criar textos – para melhorar o envolvimento com o consumidor através de interfaces de apoio ao cliente, melhoria da jornada de compra através de recomendações personalizadas de produtos e inspiração com base nos padrões de compra e pesquisa.

As marcas e retalhistas começam, segundo o artigo publicado no Just Style, a integrar a inteligência artificial generativa nas suas operações. A H&M, por exemplo, usa esta tecnologia para ajudar a desenhar coleções pensadas para responder à procura do consumidor. A inteligência artificial generativa reúne dados dos consumidores, assim como os dados das vendas da H&M, para perceber que modelos são mais atrativos para os clientes da retalhista. A nova ferramenta permite tomar decisões proativas sobre novas gamas, em vez de simplesmente reagir, ajudando a prever possíveis futuras tendências e avaliar o sucesso e rentabilidade de determinados produtos.

Já o Kering lançou um assistente pessoal de compras batizado /Madeline usando o Chat GPT para melhorar a experiência do consumidor no marketplace KNXT, um website onde os consumidores podem usar criptomoeda para comprar artigos das marcas do Kering. Os consumidores podem descrever que tipo de artigo estão à procura ou a gama de preço que pretendem e o chatbot fornece-lhes recomendações.

A Marks & Spencer, por seu lado, usa inteligência artificial generativa para poupar custos no design e nas descrições dos produtos, enquanto a Next usa a tecnologia para responder rapidamente aos seus clientes.

[©Unsplash-Levart Photographer]
O estudo da Global Data destaca que, tal como acontece com qualquer outra nova tecnologia, há vários riscos para os quais os retalhistas têm de estar atentos antes de implementar inteligência artificial generativa. O primeiro é não confiar cegamente nas respostas que inteligências artificiais como o ChatGPT dão, uma vez que podem não ser rigorosas. Isso pode mudar mais tarde com as atualizações, aponta o estudo, citado pelo Just Style, que sublinha ainda que as marcas têm de ser muito cautelosas na incorporação desta tecnologia no seu I&D, por exemplo.

Há ainda a preocupação de que as ferramentas possam ser exploradas por entidades menos credíveis para criarem fábricas de desinformação e que surjam mais questões relacionadas com direitos de propriedade intelectual e privacidade, com as empresas a mostrarem-se preocupadas com uma possível fuga de dados.

Consumidores interessados

Um inquérito da GlobalData revela que os consumidores mais jovens têm mais probabilidade de usarem um chatbot para responder a uma questão quando estão a fazer compras online, enquanto os mais velhos tendem a desconfiar mais da tecnologia.

Mais de um terço (35,5%) dos inquiridos afirmou ter pouca probabilidade de usar um chatbot para responder a uma questão sobre um produto ou uma encomenda quando compra online. Contudo, 31,4% referiu ter alguma probabilidade de usar um chatbot e 11,8% respondeu ser muito provável usar a tecnologia.

Quase metade (45,3%) afirmou acreditar que os chatbots oferecem respostas inúteis, enquanto 11,5% consideram que tornam as interações com os retalhistas mais eficientes.