A loja fica situada no n.º 46 da rua D. Estefânia, em Lisboa, e ocupa uma área de 250 metros quadrados, dividida por dois pisos, onde será possível encontrar opções em segunda-mão de moda para homem, senhora e criança, assim como têxteis-lar. «Os amantes de moda sustentável e acessível passam a contar com um novo espaço de exceção, em pleno coração da Estefânia», destaca a Humana.
O ambiente deste ponto de venda foi pensado para ser moderno, colorido e caloroso, descreve a associação, espelhando a nova identidade visual da Humana.
A inauguração será acompanhada por um programa cultural, que inclui a atuação do DJ Hellion, que irá fazer uma seleção de música eclética para a ocasião, e uma pintura realizada pela artista plástica Madalena Pequito na montra da loja que terá como pano de fundo uma interrogação sobre o desequilíbrio do mundo atual. «Não sinto que consiga chegar a grandes respostas, mas, ao invés disso, consigo imaginar e criar tudo aquilo que gostaria de preservar», refere a artista em comunicado.
Nesse dia, os consumidores que façam compras nesta nova loja terão ainda a oportunidade de ganhar descontos até 30% num jogo de roleta e candidatar-se a um vale de compras no valor de 50 euros, bastando para isso tirar uma foto sua com o espelho que existe no ponto de venda e partilhar a mesma no Instagram com a devida referência.
A Humana explica que as peças que são vendidas nas suas lojas – que serão agora 15 em Lisboa e seis no Porto – são provenientes das doações feitas através da rede de 879 contentores que são geridos pela associação em Portugal. Após triagem, os artigos em condições para serem reutilizados são encaminhados para as lojas, assim como para mercados estrangeiros.
Portugal compra mais
A Humana refere que os lucros resultantes das vendas de moda usada são investidos em projetos sociais. «Em 2022, a Humana apoiou instituições sociais portuguesas com bens alimentares, equipamentos e vales de vestuário, e continuou a apoiar a atividade dos seus parceiros de longa data na Guiné-Bissau e em Moçambique, financiando projetos nas áreas da educação e saúde», revela.
[©Humana]No ano passado, a associação recolheu 2.777 toneladas de vestuário e calçado usado em Portugal, representando um aumento de 2,8% face a 2021. De acordo com a informação disponibilizada pela Humana, «cerca de um-quarto dos materiais foi processado por organizações da rede Humana (Espanha e Bulgária) e os restantes três-quartos tiveram como destino centros de triagem fora da Europa. As taxas de reutilização conseguidas pela Humana e seus parceiros continuam altas: 59% das peças são reutilizadas, sendo que 19% regressam a Portugal para revenda na rede de lojas Humana. Os restantes 40% encontram clientes no mercado global. 33% dos materiais recolhidos foram encaminhados para reciclagem e 8% foram considerados resíduos e encaminhados para aterro ou incineração».
Nas lojas em Portugal – na altura 19 – foram vendidas 2,2 milhões de peças, o que representou um crescimento de 83% em comparação com 2021.
«O forte aumento do interesse na moda secondhand em Portugal é uma excelente notícia para o ambiente, porque prolongar a vida dos têxteis permite prevenir resíduos e poluição», afirma Elisabeth Molnār, presidente da Humana Portugal, que considera, contudo, que há ainda um caminho a percorrer. «Há muito espaço para melhorar no que diz respeito à prevenção do resíduo têxtil. A Humana vai continuar a trabalhar nesse sentido com os seus parceiros públicos e privados», conclui.
