Hugo Boss em reestruturação

O anúncio da retirada de Werner Baldesarini da direcção da Hugo Boss causou uma grande agitação no ramo e na imprensa alemã. Por toda a parte especula-se que a razão foi o falhanço no lançamento da marca Boss Woman. Werner Baldesarini desmente estes boatos, “as minhas razões não têm nada a ver com os acontecimentos do dia 11 de Setembro e consequentes quedas dramáticas do volume de vendas, nem com a marca Boss Woman. As razões para esta decisão são apenas de ordem privada”. O director do conselho executivo recusa também as afirmações de vários analistas de que a Boss Woman prejudicou o volume de vendas da Hugo Boss. “No ano 2001, a Boss Woman teve uma quota de menos de 5% do volume total. A situação económica do grupo é excelente. Importante é que o grupo tenha lucros razoáveis e que as marcas estejam bem posicionadas no mercado e, neste momento, é o que acontece”. A Hugo Boss AG, Metzingen/Alemanha, não diminui os seus esforços de crescimento económico e prevê-se que, no ano fiscal de 2001, consiga aumentar o seu volume de vendas para 1,07 mil milhões de euros. Em Junho, Bruno Sälzer, outrora responsável pela área de distribuição e marketing, assumiu o lugar de Werner Baldesarini no conselho executivo. O novo director já tem uma estratégia para 2002 e que se focaliza em quatro pontos. Em primeiro lugar está a Boss Woman e definição do posicionamento da marca. Em segundo lugar segue-se a internacionalização da marca Hugo. “No ano 2001, demos um grande passo e conseguimos aumentar o volume de vendas de 51,1 milhões para 94,6 milhões de euros. Temos de estabilizar o mercado desta marca e isso só é possível através da sua internacionalização. Uma marca como a Hugo Boss deve ter um volume de vendas de cerca de 205 milhões de euros. Depois segue-se a internacionalização do grupo. “A maneira como o grupo gere os seus negócios tem de ser mais global. A gestão tem de ser internacionalizada em todos os níveis do grupo. Ainda temos de aumentar a repartição de responsabilidades nos vários mercados internacionais. A nossa visão é excessivamente afectada pelo mercado alemão e suas especificidades. É necessária uma melhor adaptação aos diferentes mercados”, segundo Bruno Sälzer. Em quarto lugar estão as aquisições. “Analisamos se faz sentido aproveitar o nosso know-how sobre o mercado através da aquisição de marcas novas”. Este responsável é da opinião de que há muitas empresas que têm bons produtos mas não conseguem estabelecer-se no mercado. Um alargamento talvez não seja uma das prioridades da Hugo Boss e a empresa nunca declarou em público que tem interesse em aquisições. Neste aspecto, a empresa envereda, pela primeira vez, pelas estratégias já prosseguidas pela LVMH e pela Prada.