Homens e lingerie cada vez mais íntimos

Brad Pitt, George Clooney, Jude Law – os homens da indústria do cinema aquecem o coração de muitas mulheres e elevam os padrões que o homem atraente tem de cumprir. A verdade é que os homens alemães gastaram 640 milhões de euros com fragrâncias, cremes e afins, em 2004. Esta é a conclusão do grupo de trabalho da Federação da Indústria de Cuidados Corporais e de Higiene. O ano de 2005 registou uma subida dos gastos com estes produtos, isto é, os homens gastaram mais 4,6 por cento em produtos de cuidadocorporal nas perfumarias alemãs. Um em cada dez homens usa actualmente um creme próprio para hidratar a pele, sem ser o da sua mulher. Comparativamente a 2001, a subida ultrapassa os 3 por cento. Os homens estão cada vez mais despertos para o seu corpo, tal como demonstra o crescente número de operações estéticas realizadas por estes. Em 2004, dois terços dos homens reconheceram que gostavam de cuidar do seu corpo e da sua pele. Segundo uma pesquisa da empresa de estudo de mercado AWA, esta percentagem deverá subir 2 por cento nos próximos dois anos. Regine Weimar, da marca masculina Hom, afirma que«os homens gostam de cosmética e acessórios. Cada vez mais têm interesse pela sua aparência e gostam de a melhorar. Com a tomada de consciência do seu corpo, a necessidade de roupa íntima mais cuidada também aumenta». Esta tese é apoiada por uma outra comercial, Eva Steinborn, que sustenta que «esperamos um aumento da procura de roupa interior masculina. Já no último ano recebemos a visita de mais homens que procuravam roupa íntima de um segmento superior». Apesar de o mercado de roupa interior masculina não indicar, no geral, um crescimento, (de acordo com a BTE (federação alemã do retalho têxtil), o volume de negócios em 2004 manteve-se estável nos 1,3 mil milhões de euros) o mercado mostra-se dinâmico. A percentagem de compradores masculinos tem vindo a aumentar. No ano de 2002, em média um em cada três homens comprava a sua própria roupa interior, segundo o resultado do estudo da TextilWirtschaft – TW-Fokus Men’s Underwear. «Hoje esse valor é bastante mais elevado», afirma Regine Weimar. Em particular, no caso dos homens solteiros. No que diz respeito aos homens casados, as mulheres continuam na maioria a decidir o que comprar. O grupo dos compradores próprios divide-se em dois grupos. Por um lado, existem os que gostam do design, homens mais jovens, que gostam de D&G e Polo Ralph Lauren. De forma geral, compram com uma certa frequência, procurando novos temas. Por outro lado, existem os homens que compram quando precisam e por isso visitam a loja em períodos de tempo mais espaçados escolhendo artigos similares. Outro factor importante é o preço. Na opinião dos retalhistas existe potencial no segmento médio e superior. Aqueles que procuram roupa íntima mais cuidada pela primeira vez, na grande maioria jovens, optam pela Tommy Hilfiger, Bruno Banani, Hugo Bossou Skinny. O preço é um factor decisivo, oscilando os valores de aceitação entre os 15 e 30 euros. Os consumidores dispostos a pagar mais de 40 euros são os que, em regra geral, procuram roupa interior de designers mais cotados como D&G e Versace. O cliente de sonho: Beckham O comerciante britânico deste segmento de vestuário que tem como cliente David Beckham pode considerar-se muito feliz. A estrela de futebol não tem qualquer problema em dar 1.500 euros por mês pela sua roupa interior, segundo a imprensa britânica. Em média Beckham paga 25 euros por cada peça de roupa interior. Contudo, a realidade é um pouco diferente. Mais de metade dos homens alemães compram em média 6 slips por ano. Apenas 6 por cento afirmam comprar até 20 slips por ano. O preço médio de umas cuecas de homem situa-se nos 11 euros (TW-Fokus Men’s Underwear). Catorze por cento de todos os homens afirma estar disposto a pagar mais de 15 euros por uns slips. No caso dos inquiridos com rendimentos mais elevados (rendimento bruto superior a 2.800 euros), esta percentagem é significativamente maior. Vinte e quatro por cento do grupo alvo afirma gastar 15 euros, ou mais, com as suas cuecas. Estes artigos são comprados por 40 por cento dos homens em casas de vestuário masculino e por 32 por cento em retalhistas especializados. Bonito e masculino A equipa de design da Grigio Perla procura oferecer aos seus clientes um artigo bonito, masculino e diferente. Com a designação Code One P, o produtor italiano move-se no segmento superior, «trabalhamos e oferecemos a melhor qualidade usando seda, caxemira e algodão. As exigências são cada vez maiores. Os homens procuram afirmação, mas simultaneamente um estilo fresco e confortável, materiais nobres, cores e uma sensação de bem-estar. O importante é que o bom-gosto se mantenha lado a lado com a criatividade», afirma Alberto Masoti, presidente do grupo La Perla.