H&M começa o ano com prejuízo

Depois de ter já anunciado, em meados do mês passado, uma queda de 21% nas vendas do primeiro trimestre, a retalhista sueca revelou agora que o prejuízo foi superior a 100 milhões de euros. As vendas de 1 a 28 de março, contudo, subiram 55%, apesar de cerca de 1.500 lojas estarem ainda temporariamente encerradas.

[©H&M]

Os prejuízos eram já antecipados pelos analistas, depois da H&M ter indicado, em meados de março, que vendas no primeiro trimestre se ficaram por 40,1 mil milhões de coroas suecas (cerca de 3,96 milhões de euros), equivalente a uma descida de 21% em moeda local, ou 27% em coroas suecas.

O comunicado de ontem mostra que o prejuízo líquido foi de 1.070 milhões de coroas suecas, que corresponde a uma perda de 0,65 coroas suecas por ação, com a retalhista a atribuir a responsabilidade «inteiramente» à queda nas vendas provocada pelas restrições relacionadas com o Covid-19. «No seu pico, cerca de 1.800 estiveram encerradas e houve um tráfego substancialmente reduzido nas lojas que permaneceram abertas», refere a H&M, que sublinha que «isto foi parcialmente compensado pela continuação do forte desenvolvimento online». As vendas online subiram 57% em moeda local no primeiro trimestre, o equivalente a um aumento de 48% em coroas suecas.

Entre os 10 principais mercados, a maior parte regista quebras de vendas, com exceção da China, com uma subida de 21% em moeda local (13% em coroas suecas), e da Rússia, com um aumento de 24% em moeda local mas que se traduz, em coroas suecas, numa descida de 9%.

Os recentes desenvolvimentos na China, onde a retalhista está sob fogo por declarações relacionadas com o algodão de Xinjiang, poderão afetar o negócio, levando a H&M a publicar um comunicado adicional onde garante que «o nosso compromisso a longo prazo com o país continua forte» e que «estamos dedicados a reganhar a confiança dos nossos clientes, colegas e parceiros de negócio na China».

Perspetivas otimistas

No início do novo trimestre, as vendas aumentaram 55% em moeda local, apesar de continuarem «afetas por restrições substanciais e encerramento de lojas», refere a retalhista sueca, que indica que a 30 de março estavam temporariamente fechadas cerca de 1.500 lojas, equivalente a 30% do total de lojas da H&M em todo o mundo.

Helena Helmersson [©H&M]
«Tendo em conta a melhoria gradual na situação de Covid-19, em combinação com o trabalho de transformação da empresa, o grupo H&M vai estar bem posicionado para uma forte recuperação durante o ano», salienta a retalhista em comunicado.

Segundo Helena Helmersson, CEO do grupo H&M, «a nossa base de consumidores está a crescer e um exemplo disso é o rápido crescimento no número de membros do programa de fidelização da H&M. Embora nos sintamos humildes perante a incerteza que ainda existe devido à pandemia, é fantástico ver o grande interesse que os consumidores demonstram nas nossas coleções. Com uma oferta ao consumidor bem posicionada, estamos a prosseguir a nossa transformação a toda a velocidade para criar um crescimento sustentável e rentável a longo prazo para o grupo H&M».