Os transferes, fitas e etiquetas convencionais continuam a fazer parte da oferta da Heliotextil mas, nos últimos anos, a empresa tem vindo a tornar-se numa referência em soluções técnicas para proteção de marca e gestão de eventos. Sistemas de aquecimento ativo e transferes com eletrónica impressa, fitas condutoras desenhadas à medida e plataformas para validação de marca e envolvimento com o consumidor são algumas das mais recentes propostas da empresa, que estiveram em destaque na Techtextil 2019, que decorreu em maio último. «Os clientes estão muito interessados em tecnologias de aquecimento ativo e sensorização de vestuário e aplicações médicas», afirma o diretor de inovação, David Macário. A oferta da empresa inclui mesmo uma solução para uma pop up store, que foi apresentada no início do ano, na Ispo Munich. «O que vendemos são soluções para ativação da marca, que vai desde a personalização de artigos têxteis até à montagem de toda uma operação com uma plataforma para simulação e venda de produtos», explica ao Jornal Têxtil.
Inovação traz mais clientes
Os desenvolvimentos da Heliotextil têm atraído vários clientes internacionais, incluindo a seleção nacional de futebol do Peru. A empresa foi contratada para fornecer transferes para 650 mil camisolas. «Basicamente, é para adicionar interatividade e autenticidade. A qualidade dos nossos transferes – a flexibilidade, o conforto, a durabilidade – foram decisivos», destaca o diretor de inovação.
Uma tecnologia recente na Heliotextil permite atualmente criar edições limitadas de transferes. «O normal é produzirmos milhares de peças do mesmo modelo, com o mesmo desenho. Com esta nova tecnologia conseguimos produzir transferes serializados, ou seja, cada transfer pode ter um número único e um desenho personalizado», revela David Macário, acrescentando que a tecnologia pode ser usada, entre outras, na área do desporto. «É uma forma barata de tornar uma peça única. Podemos, por exemplo, personalizar uma peça com a cara do jogador. Podemos também criar jogos ou permitir que esse número único sirva, numa determinada altura, para validar o acesso a um evento de desporto ou a um espetáculo», indica.
O departamento de I&D, composto por quatro pessoas e apoiado por outras áreas da empresa, que no total emprega cerca de 140 trabalhadores, está, de resto, a promover continuamente melhorias, nomeadamente na área dos transferes com eletrónica. «Estamos a contar, no próximo ano e meio a dois anos, dar um salto qualitativo bastante grande, que, é a nossa expectativa, vai fazer com que também o mercado deste tipo de transferes aumente muito», desvenda David Macário.
América do Sul rendida
Embora a Heliotextil seja cada vez mais guiada pela inovação, as vendas nesta área «ainda têm uma expressão reduzida, mas com uma tendência para crescer com a concretização efetiva de negócios», admite Miguel Pacheco, CEO da empresa. A aceitação do mercado tem vindo a aumentar e «começámos a ter, cada vez mais, a concretização da nossa visão do que os desenvolvimentos podem representar no mercado, sobretudo para novas funcionalidades e soluções inovadoras em várias áreas de negócio», reconhece.
Em termos de destinos dos seus produtos, além da Europa, onde estava já representada, a Heliotextil está também «a desenvolver mercados aos quais até agora não nos tínhamos dedicado. Começámos a estabelecer parcerias nesses mercados e já com significado, sobretudo na América do Sul», adianta Miguel Pacheco. As metas para 2019 são, por isso, «cimentar esse mercado, desenvolvê-lo e desenvolver também o mercado europeu, que é o nosso mercado natural», sublinha.
A somar aos investimentos concretizados nos últimos anos, que incluíram o reforço da linha de produção de serigrafia e da tecelagem e uma nova linha de produção digital, estão previstos novos investimentos, especificamente na área de investigação e desenvolvimento e na internacionalização, dando cumprimento aos projetos apoiados pelo Portugal 2020. Depois de um volume de negócios que rondou os 5 milhões de euros em 2018, este ano «queremos crescer, no mínimo, 10%», conclui o CEO.