A convite e com o apoio do Portugal Fashion, Felipe Oliveira Baptista e os Storytailors marcaram uma forte presença, no passado dia 22 de Janeiro, na Semana de "Haute-Couture" de Paris.Felipe Oliveira Baptista foi o primeiro dos portugueses a pisar a passerelle, no Tennis Club de Paris, onde apresentou uma colecção intitulada de «Pop-up Horses» que, segundo palavras do próprio, teve como inspiração «uma mistura eclética entre formas, texturas e musculaturas de cavalos, o trabalho da escultora belga Berlinda de Bruyckere, tendas de campismo, pintura e costumes decriança holandeses do século XVII, a obra do fotógrafo espanhol Ortiz Echagüe, elementos do costume tradicional português (capas e capuchos dos Açores, Ribatejo, Beiras e Douro), referências religiosas e o livro "Nuits Blaches", de Helmut Newton». Tudo isto «num ambiente de diferentes tons, intensidades e texturas de preto, branco, creme, cinzento claro e prateado». Relativamente aos materiais, observou-se a predominância de «pele de cavalo, lãs, feutrines de caxemira, tweed, voilOs Storytailors concretizaram nesta edição a sua terceira presença na mais requintada passerela parisiense onde, na Salle Erard, revelaram o desenlace da história de «Ephyra – Palavras de uma medusa que queria voar», que também serviu de leitmotiv da última participação da dupla na Semana de Alta-Costura de Paris. Mas desta feita, e segundo os próprios criadores, foi dado especial ênfase à «temática teatral e fotográfica (com referências às fotografias de Cecil Beaton)». Neste sentido, houve «o afastamento da realidade de desfile efémero e a abordagem de uma realidade fotográfica eterna». Tratou-se, portanto, de valorizar «a importância que a fotografia tem para os Storytailors como factor de comunicação de um universo e de uma história».Seguindo este contexto, a colecção dividiu-se em cinco actos. No primeiro, «o sonho de Ephyra – A medusa que queria ser pássaro», foi representado «um ser aquático, feminino, frágil, com a silhueta e texturas de uma medusa; cores: brancos, tons de chá, luminosidade; transparências; texturas rendilhadas». No segundo acto, «Barroco minimal – Essência do ser Ephyra», verificou-se «o peso histórico (paralelo com ideais europeus); referências século XVIII de forma mini; cores: looks monocromáticos; rosa pastel, azul pálido, verde água». Designado por «Metamorfose – A transformação gráfica de Ephyra em Usura», o terceiro acto expôs a «transformação gráfica a preto e branco – Escher vs My Fair Lady». «Kitsch conceptual – Essência de Usura, o pássaro» assim se chamou o quarto acto, no qual esteve patente «o colorido idílico do pássaro (paralelo com ideais americanos); referências do kitsch americano; em tonalidades vermelha e rosa forte, turquesa e cores vivas». Por último, no quinto acto, intitulado «Usura, o pássaro idealizado por Ephyra…», foi apresentada uma silhueta de ave, um ser anguloso, altivo, incisivo com os contornos e as texturas de um pássaro.Ainda sob o rasto do brilho da Semana da "Haute-Couture" da Cidade-Luz, tem já início entre os dias 25 de Fevereiro e 5 de Março a Semana Oficial de "Prêt-à-Porter". Com o apoio do Portugal Fashion – um projecto da responsabilidade da Anje (Associação Nacional de Jovens Empresários), desenvolvido com o apoio do Programa Prime e em parceria com a ATP e o ICEP-Portugal, os criadores portugueses Luís Buchinho, Pedro Waterland e Fátima Lopes apresentarão as suas propostas para subir os termómetros na próxima estação fria.