A expansão da Internet na China tem tido repercussões apreciáveis nas relações entre os cidadãos e o estado. Embora o crescimento económico tenha libertado parte da sociedade chinesa do controlo do estado, as telecomunicações são agora vistas como a libertação total. Como a tecnologia oferece algum anonimato, alguns chineses vêm a Internet como o sucessor do movimento de 1978, quando os habitantes de Pequim reclamaram uma reforma política através da colocação de notícias numa parede de uma universidade.
A esta ameaça o governo chinês respondeu com a regulamentação da Internet e o bloqueamento de centenas de sites. O controlo estatal sobre a Internet, antes isenta da censura imposta aos restantes meios de comunicação social, começou no final de 1999, quando as autoridades anunciaram um plano para regulamentar o sector. Nessa altura o Ministério da Segurança Pública impôs um código extremamente restrito de conduta que controla o conteúdo de sites, os chat rooms e o correio electrónico.
Com a recente criação de uma agência de controlo da Internet, o governo chinês pretende também aplicar as regras aos operadores de Internet que se registem no estrangeiro para tentar escapar à legislação chinesa.
Pequim tinha já anunciado que ia obrigar as empresas de conteúdos informativos a um registo e a solicitar a aprovação oficial antes de lançarem páginas Web ou publicarem informação. Proibiu também a compilação e distribuição de notícias por parte dos fornecedores de conteúdos e das entidades não geridas por empresas de informação, que ofereçam serviços Internet.
Tudo isto para prevenir o aparecimento de notícias ilegais e prejudiciais na Internet, como as difundidas por dissidentes, seguidores da seita Falung Gong ou por sites que divulgam informação sobre os escândalos de corrupção.