Face ao significativo aumento no volume das importações têxteis chinesas, desde a eliminação do sistema de quotas em Janeiro, duas associações sindicais canadianas estão a pressionar o Governo para implementar medidas proteccionistas, à semelhança das barreiras comerciais impostas pela União Europeia (ver notícia no Portugal Têxtil) e pelos EUA (ver notícia no Portugal Têxtil).
De acordo com os dados apresentados pela Unite Here! (associação sindical norte-americana que esteve envolvida nos processos de salvaguarda nos EUA), desde o início do ano foi registado um aumento generalizado nas importações com origem na China em diversas categorias, por exemplo: 106% sobre as importações de vestuário para homem, 415% nos soutiens e 629% nos casacos. Em termos globais, as importações chinesas de têxteis no Canadá registaram uma subida de 40%, aumentando o receio generalizado de perda de postos de trabalho entre os 144.000 trabalhadores da indústria canadiana de vestuário, dos quais mais de metade encontram-se na província do Quebec. Outrora um marco da indústria têxtil canadiana, Montreal tem beneficiado do baixo valor do dólar canadiano e dos menores salários para vender vestuário no mercado norte-americano, no entanto estas duas vantagens estão a perder significado em resultado da concorrência chinesa e mexicana nos EUA, aumentando os receios da perda generalizada de postos de trabalho. Em virtude desta situação, as duas principais associações da província do Quebec, nomeadamente: a Unite Here! e a Federation des Travailleurs du Quebec, apresentaram uma queixa ao tribunal internacional de comércio do Canadá, requerendo a actuação governamental. As associações laborais requerem a aplicação de medidas de salvaguarda, previstas no protocolo de adesão da China à OMC, para limitar em 7,5% o aumento do volume das importações chinesas. No entanto, a aplicação de medidas proteccionistas, à semelhança do que aconteceu na UE e nos EUA, vão contra a orientação actualmente defendida pelo Governo canadiano.