A próxima geração a estar no centro das atenções não são os Millennials nem a tão badalada geração Z. Um novo estudo revela que a geração Alfa é o novo foco e que o que os motiva é serem tratados de forma justa, independentemente da aparência.
A geração Alfa engloba pessoas que nasceram depois de 2010 e, apesar de não terem grande poder de compra de momento, geram um impacto significativo nos gastos e tornam-se mais importantes para o consumo a cada ano que passa.
O estudo comissionado pela agência de comunicação Hotwire afirma que a geração Alfa é muito mais preocupada com todas as questões do que os Millennials e a geração Z quando tinham a mesma idade ou mesmo agora.
Os analistas questionaram mil crianças da geração Alfa, assim como um número semelhante de Millennials e jovens da geração, nos EUA e concluíram que os futuros consumidores da geração Alfa são «a geração mais diversa até ao momento» e essa multiplicidade parece influenciar a sua visão.
A análise surge no seguimento do Censo dos EUA, previsto para o próximo ano, que deve mostrar que o país é o mais «diversificado em termos étnicos e raciais que já existiu», com projeções de que não haja nenhum grupo que englobe mais de 50% da população até 2045.
O comportamento dos consumidores da geração Z e dos Millennials é moldado pelas questões éticas em que acreditam, o que se pode traduzir num cenário positivo ou negativo para as marcas, dependendo da conduta que seguem e se esta corresponde ou não às expectativas. Espera-se que a geração Alfa faça o mesmo de modo a que seja mais fácil entender o que desperta a motivação do grupo para comprar determinado produto.
«As opiniões da geração Alfa são tão coesas quanto as dos millennials e dos Baby Boomers em idades mais tardias e à medida que a geração Alfa atingir a maioridade, as opiniões deles vão ser mais fortes do que as das gerações anteriores», refere o estudo.
Consumidor do futuro
Questionados sobre os fatores ou situações a que atribuem maior grau de importância, a geração Alfa mencionou «manter as crianças seguras na escola» (97%), «garantir que todos têm comida suficiente» (97%), «as raparigas e os rapazes serem tratados de forma justa» (94%) e «cuidar do ambiente» (95%).
Na verdade, a maioria das crianças da geração Alfa já são defensoras do clima e cuidar do ambiente é uma das prioridades, sendo que 38% disseram que é importante reciclar. Na mesma afirmação, a percentagem foi de 22% tanto para os Millennials como para os Baby Boomers.
«A geração Alfa tem um conjunto forte de opiniões sobre o mundo em que vivemos hoje», indica Laura Macdonald, vice-presidente executiva e diretora de consumo da América do Norte da Hotwire. «Para as marcas construírem uma relação com este grupo precisam de abraçar a diversidade e reconhecer que é preciso muito mais do que uma abordagem única para todos. Começar a adaptar-se agora e definir quem é o público da geração Alfa e aquilo em que acreditam – ao mesmo tempo, têm de reconhecer que, no processo, podem estar a isolar outras pessoas que não têm a mesma visão sobre o mundo – será crucial para a preparação da chegada da nova onda de consumidores», explica.
«As marcas de hoje precisam de levar a geração Alfa a sério», resume, no relatório, Barret Roberts, vice-presidente da indústria de bens de consumo embalados da Pandora.
«Entender quem são e aquilo a que respondem vai deixar as empresas um passo à frente não só para o futuro, mas também no impacto que a geração Alfa já está a ter perante as famílias. Estar apto para se conectarem com o consumidor do futuro corretamente vai fazer com que esta geração apoie a marca. E isso é só o começo. A geração Alfa cresceu com a tecnologia, por isso espera mais das marcas no que toca ao envolvimento de parte a parte», conclui.