Gaultier: jeans devem trazer novo fôlego

A empresa Jean Paul Gaultier SA, da qual a Hérmes detém 35 por cento, tem sentido dificuldades sobretudo nos EUA, onde o número de 150 clientes de alta-costura tem vindo a diminuir continuamente desde o 11 de Setembro, afirma o director executivo Donald Potard. A crescente clientela do extremo oriente não é ainda suficiente para compensar o decréscimo. O volume de negócios, resultante quase exclusivamente dos ganhos das licenças do pronto-a-vestir do vestuário feminino e masculino, malhas, beachwear e também perfumes, caiu cerca de 14 por cento no último ano fiscal, o que representa 28 milhões de euros. A nível mundial o volume de negócios da marca situou-se nos 450 milhões de euros.

Com o objectivo de recuperar a empresa Potard impôs medidas restritivas. Dos 195 colaboradores, dos quais 160 trabalham em França, 30 vão ter de ser dispensados. Sobre o eventual fim da alta-costura ainda não existe nenhum comentário. Segundo Potard, «o atelier de costura vai ser organizado para que os trabalhadores tenham trabalho durante todo o ano e não apenas antes dos desfiles». Isto vai ser conseguido através de uma nova linha de luxo que deverá ser vendida inicialmente na França em 15 lojas próprias e também em lojas franchisadas. Caso obtenham sucesso seguir-se-á uma expansão.

A alta-costura representa apenas 10 por cento do volume de negócios. «O efeito criado pela imagem e publicidade da alta-costura é enorme», esclarece Potard. A imagem do designer é também, já há duas épocas, transmitida através do seu trabalho como estilista da linha de pronto-a-vestir da Hermès e também da acção de co-branding com a La Redoute neste verão, apresentando artigos de um segmento superior.

Esta imagem deve também beneficiar a linha de jeans produzida pela Eurocormar em Florença. Jeans Paul Gaultier substitui a linha anterior JPG sendo os preços praticados 20 por cento inferiores aos concorrentes directos como a D&G e Just Cavalli. O distribuidor alemão da linha de jeans veio substituir o agente de Munique ECE, o qual tinha conquistado na primeira época 25 clientes. A médio prazo este número deverá aumentar para 40 a 50.