Garland cresce com a ITV

A empresa tem-se destacado na logística para a indústria têxtil e vestuário, tendo investido nos últimos 10 anos cerca de 20 milhões de euros nesta área. Uma oferta completa para a ITV e a aposta nos serviços para e-commerce têm permitido o crescimento, com a movimentação de 8,5 milhões de peças de vestuário por ano.

A logística é a área mais recente na empresa, mas conta já com 24 anos de experiência. O negócio tem-se intensificado nos últimos tempos, com a Garland Logística a registar um crescimento acumulado de 78% do volume de negócios nos últimos cinco anos, que em 2017 atingiu 9,6 milhões de euros.

Anualmente a Garland movimenta 8,5 milhões de peças têxtil e 3,5 milhões de pares de calçado nos seus centros logísticos em Abóboda (Cascais), Aveiro, Maia, Marinha Grande, Mealhada e Vila Nova de Gaia.

«O Grupo Garland é líder na exportação da indústria têxtil em Portugal há perto de 60 anos», revela, ao Portugal Têxtil, Peter Dawson, presidente do conselho de administração do Grupo Garland. «Começámos a nossa oferta de serviços nesta área nos últimos anos da década de 50 do século passado, recorrendo a navios convencionais, através dos quais transportávamos os produtos têxteis portugueses, uma indústria que sempre foi dominante no país, sobretudo no Norte, para Inglaterra, Escandinávia e Europa do Norte. Nos anos 60, começámos a usar contentores, proporcionando assim um transporte mais seguro, ao mesmo tempo que investíamos em área logística onde pudéssemos consolidar as cargas. Na década seguinte iniciámos a exportação via terrestre, primeiro para Inglaterra e, depois, para a Alemanha. Introduzimos, então, nos nossos armazéns logísticos estruturas para pendurar vestuário e caixas apropriadas ao transporte deste tipo de carga pendurada nos camiões», conta.

Peter Dawson

Depois de, nos anos 80, a empresa ter-se assumido como «líder de mercado no transporte do nosso têxtil, sobretudo para Alemanha e Escandinávia», integrou a rede Faxion – uma entidade que conta com 18 empresas de distribuição de na Europa e que tem como objetivo «fornecer ao sector da moda o melhor serviço possível de transporte e logística na Europa. Este sistema garante a entrega mais rápida de produtos de moda para qualquer lugar na Europa, para pequenas remessas ou cargas completas», afirma Dawson.

Para além destas ligações internacionais, o Grupo Garland – que foi fundado pelo jovem comerciante inglês Thomas Garland em 1776 e conta com fundos 100% portugueses – tem realizado diversos investimentos para melhorar e aumentar as suas instalações logísticas, onde presta serviços como armazenagem e preparação de encomendas de todo o tipo de produtos em temperatura ambiente, etiquetagem, reembalamento, conferência e controlo de qualidade e assemblagem de componentes, entre outros.

«Nos últimos 10 anos, o Grupo Garland investiu à volta de 20 milhões de euros na construção e requalificação de centros logísticos – na última década passámos de uma área logística de menos de 10.000 m2 para mais de 80.000 m2 –, equipamentos e tecnologia. O objetivo principal desses investimentos é responder às necessidades dos nossos clientes com uma oferta de serviços de alta qualidade, boa e regular, bem como garantir que os mesmos têm acesso em tempo real a toda a informação sobre o estado da sua carga e a trabalhos de valor acrescentado até ao seu cliente final», indica o presidente do conselho de administração do Grupo Garland, sublinhando que os investimentos são «contínuos e permanentes».

Foco no e-commerce

Uma área que se tem destacado no grupo é a prestação de serviços de logística para empresas de comércio eletrónico, onde a Garland conta apenas com clientes da área têxtil (mais de 10), incluindo a Farfetch, fundada pelo português José Neves. «Apesar de sempre termos desenvolvido ações de logística típicas do e-commerce para os nossos clientes, decidimos arrancar decididamente com esse negócio há cerca de ano e meio e o balanço não poderia ser mais positivo. Atualmente, estamos com 6.000 m2 de área logística para e-commerce nos nossos dois centros logísticos na Maia, mas com planos para expandirmos a outras áreas do país. O número de clientes e de solicitações nesta área não tem parado de aumentar», adianta Peter Dawson.

Além da logística, o Grupo Garland, que emprega 500 pessoas em Portugal, tem uma forte posição no transporte de mercadorias, tanto terrestre como marítimo e aéreo. Em 2017, o volume de negócios do grupo aumentou 14%, para 128,2 milhões de euros, 85% do qual originado em Portugal. Os restantes 15% distribuíram-se entre Espanha e Marrocos, onde tem filiais. Só no ano passado, a empresa movimentou, sobretudo no transporte internacional, 2,2 milhões de peças penduradas, ou seja, mais 4,5% que no ano anterior.

«A nossa experiência e reputação nesta indústria é reconhecida pelo sector, que conhece o papel que a Garland tem desenvolvido no incremento das exportações do mercado de moda português», considera o presidente do conselho de administração, que destaca algumas mais-valias da empresa, incluindo a oferta de serviços especializados para a área têxtil «não só na Europa, mas em todo o mundo, recorrendo a parceiros especializados no sector em cada país de destino», assim como os serviços «de entrega porta a porta, e-commerce e distribuição nas lojas» e de logística. «Estes serviços são complementados pela distribuição nacional em 24 horas de qualquer tipo de carga e de peças de vestuário penduradas – algo em que a oferta da Garland se diferencia», conclui Peter Dawson.