Gap continua a perder terreno

A Gap anunciou já que as vendas nas suas lojas baixaram 17% em Outubro e adiantou que está a planear cortar gastos em 2001 e 2002, sendo a fraca economia o principal factor para esta tomada de decisão. Recaindo sobre o clima de incerteza política e económica, a Gap disse que as suas despesas de 2001 fixaram-se abaixo da projecção inicial e a empresa espera despesas na ordem dos 650 milhões de dólares (145 milhões de contos). Já o mês Agosto não deu tréguas à Gap, e a “rainha” americana viu as suas acções baixarem 12%, cerca de 20 dólares (4. 500 escudos), no passado dia 17 de Agosto, logo após a publicação dos resultados do segundo trimestre. Para o terceiro trimestre está prevista uma perda de 7 cêntimos (157 escudos) por acção. «O segundo trimestre foi muito difícil e enganador» reconheceu o presidente do grupo californiano, Millard Drexler, «os consumidores são prudentes e compram duma forma selectiva os artigos de moda», acrescenta. O lucro líquido realizado no segundo trimestre baixou 51% em relação ao ano anterior. O volume de negócios do grupo de cerca de 4 mil milhões de euros (800 milhões de contos), teve um aumento de 10%, mas este progresso reflectiu-se apenas no programa de abertura de novas lojas. Nos meses passados, 689 lojas viram a luz do dia e foram estas que impulsionaram as vendas. Os negócios realizados nas lojas abertas à mais de um ano deslizaram 9% e todos os sectores de actividade da Gap foram afectados. O topo de gama Banana Republic e os americanos da Gap acusam uma descida inferior a 10%, enquanto a filial Old Navy teve subitamente uma baixa compreendida entre os 10 e os 20%. As perspectivas para o terceiro trimestre não eram nada agradáveis e o temido acontece: as vendas da Gap continuam em decréscimo. Heidi Kunz, a directora financeira do grupo, constatou em Agosto uma «continuação das dificuldades de Julho», os vendedores não foram bem sucedidos no escoamento do stock em saldo e a Gap rapidamente prosseguiu as vendas com artigos a 45% de desconto. A direcção da Gap não teve outra alternativa a não ser baixar os seus custos. Em Junho passado, os dirigentes californianos anunciaram um plano de supressão de 500 a 700 empregados. Em Setembro o anúncio agravou-se quando a Gap decidiu dispensar 1040 funcionários na sua sede e nas lojas da Banana Republic. Os especialistas da Wall Street decepcionados com a enorme quantidade de meses com um má performance, estão relutantes. Na altura da apresentação dos resultados do terceiro trimestre, muitos representantes de grandes bancos e sociedades da Bolsa, tais como Merril Lynch, Crédit Suisse First Boston (CSFB) , Usb, Prudential, etc, reduziram a sua apreciação do grupo. Do ponto de vista de Richard Baum da CSFB, «a Gap não pode mais ser vista como uma sociedade em grande crescimento». Richard Jaffe, da Ubs Warburg, confessa também não estar à espera de profundas melhorias no quarto trimestre.