As Galerias Lafayette, umas das maiores cadeias de retalho francesas, «está de olho» nas filiais francesas do abalado grupo Marks & Spencer. Após semanas de rumores, a empresa francesa admitiu finalmente as suas intenções, dizendo que fez já a sua oferta para aquisição das lojas. No início do ano, a M&S ameaçou fechar as suas 18 lojas, como parte da estratégia de redução de custos. Os lucros do grupo desceram bruscamente de £1.2biliões (318 milhões de contos) há três anos atrás, para £500m (159 milhões de contos) em 2000. Os encerramentos foram no entanto considerados ilegais pelo tribunal francês, dado que a empresa não tinha consultado os seus empregados. A M&S encontrou ainda uma determinada oposição, não só por parte dos seus funcionários, mas também por parte dos lojistas contra a possibilidade de perderem a cadeia. Este tipo de atitude, pensa-se dever-se aos dirigentes envolvidos por detrás da decisão da licitação por parte das Galerias Lafayette. Mas o director-adjunto Philippe Houze, na altura em que falava dos resultados da primeira metade, afirmou não se deixar arrastar para o desvendar dos detalhes da oferta. As cláusulas de confidencialidade, impediam de comentar o quanto a sua empresa estava disposta a pagar, em que termos e quantas lojas estavam a pensar adquirir, afirmou Houze. «Nós dissemos em Abril que estávamos interessados nas lojas da Marks & Spencer por duas razões localizações de primeira qualidade e pessoal bem treinado», disse ele. «Mais do que nunca, é verdade dizer que estamos interessados». As galerias Lafayette são respeitadas no Continente devido ao espírito de retalho. A principal loja da empresa, em Paris, é um ponto de atracção tanto para os turistas como para os compradores locais. Philippe Houze, disse que o grupo aumentou a sua margem bruta em 15% e as vendas em 6.3% na primeira metade do ano, apesar dos lucros líquidos terem descido bruscamente para 25.5 milhões de euros (5,1 milhões de contos). A Marks & Spencer disse ainda que queria vender todas as suas lojas a um só comprador, para que pudesse garantir todos os postos de trabalho ou pelo menos a maioria, dos seus 1700 funcionários franceses. Afirma também ter já uma pequena lista de compradores com dois ou três nomes, lá para o fim deste mês. Brian Roberts, analista do retalho europeu, na Mintel, diz que as Galerias Lafayette são uma boa opção. «Faz sentido para eles comprarem as lojas da M&S,» diz ele. «É a oportunidade ideal para eles.» O retalhista francês Pinaul-Printemps Redoute, manifestou também interesse na M&S francesa. A gigante americana Wal-Mart foi mencionada como licitante rival. No entanto, esta recusa-se a comentar a especulação, e Roberts descreveu a situação como «ridícula». Se as Galerias Lafayette vão ou não comprar o todo ou parte da M&S francesa ainda não se sabe, mas o que parece certo é que até ao próximo ano a marca M&S vai desaparecer das principais ruas francesas. No entanto, e apesar das lojas europeias estarem a fechar, a empresa continua a abrir franchisings (normalmente muito mais pequenos) em todo o mundo. Duas lojas estão prestes a abrir nas maiores cidades da India, Delhi e Bombay, até ao final deste ano.