O Governo francês revelou que vai ajudar os designers e artesãos em dificuldades através a criação de um banco de moda e garantias estatais para empréstimos, segundo o Ministro da Indústria, Christian Estrosi. A indústria da moda, que o Governo vê como parte da herança cultural de França, tem sido muito atingida pela grave crise de consumo com vítimas de alto perfil incluindo Christian Lacroix e Cacharel. Estrosi revelou que quer ter um ou dois bancos para desenvolver serviços especializados em empréstimos a empresas de moda e outros negócios criativos, com o Estado a agir como fiador. «Quero que Paris se mantenha como capital mundial da moda», disse Estrosi aos jornalistas. «Hoje, precisamos que as pessoas partilhem os riscos», acrescentou. A assistente de Estrosi, Sylvain Roques, indicou que o governo espera revelar os detalhes do novo banco até ao final de Março. Estrosi revelou ainda que o governo francês está também a considerar permitir isenções para a semana de 35 horas às pessoas que têm de fazer longas horas antes dos desfiles de moda e que o Estado está também a pensar em criar uma escola de design e criatividade que rivalize com a St. Martin’s School de Londres e a Anvers na Bélgica. Recentemente, Estrosi encontrou-se com Anna Wintour, editora da revista Vogue americana, que pediu o encontro para partilhar os seus pontos de vista sobre a indústria da moda. Segundo o Ministro, Paris tem de prestar atenção às capitais de moda como Nova Iorque, Londres e Berlim, que estão a tomar medidas para prevenir e defender a sua moda. O Governo quer ajudar marcas de topo como a Hermès, Dior e outras a preservar as etiquetas “Made in France”, essenciais para a sua imagem e preços elevados. A indústria de moda francesa emprega 125 mil pessoas, que formam um dos maiores pilares da indústria mundial do luxo. De acordo com a consultora americana Bain&Co, as vendas mundiais de luxo devem beneficiar de um aumento de 1% este ano, após terem caído 8% em 2009.