Entre 2019 e 2020, a Fitecom vai investir cerca de 4 milhões de euros. O projeto, que, segundo o CEO João Carvalho, «já está a começar a ser implementado», contempla a «substituição de equipamento a nível dos acabamentos, também alguma tecnologia de tecelagem e a construção da ETAR», revela, acrescentando, contudo, que não é uma novidade completa para a Fitecom, que «todos os anos faz um investimento, pelo menos entre o meio milhão de euros e um milhão de euros».
Este mais recente investimento coloca a especialista em lanifícios também na onda da sustentabilidade ambiental. «Com a construção da ETAR vamos aproveitar 50% do efluente, que vai ser inserido novamente no processo», explica ao Portugal Têxtil. Esta é, de resto, uma preocupação cada vez mais integrada na Fitecom. «Sempre tivemos muito em conta o ambiente e a saúde das pessoas. Temos certificados Oeko-Tex quase desde que existe. Nunca tivemos preocupação com as regras porque estamos sempre à frente. Daí ter sido francamente fácil entrar neste novo ciclo de vida do recuperado, da sustentabilidade, de dar uma segunda vida aos materiais», garante João Carvalho.
A nova coleção, que à semelhança das anteriores é extensa e apresenta cerca de 250 padrões diferentes, tem «uma linha só nessa área do ecológico e do sustentável», revela o CEO. Uma estreia que se irá manter. «É uma linha que pretendemos implementar e dar-lhe um brilho maior. Acreditámos, de facto, que o futuro próximo passe muito por isso», afirma.
Aposta americana
Com uma capacidade produtiva de 2,5 milhões de metros ao ano, a Fitecom, que vende praticamente tudo para o exterior, tem na Europa o seu grande mercado, onde realiza cerca de 80% das vendas, mas está igualmente a efetuar uma grande aposta no mercado americano. «Os EUA não estão nada de especial, mas estão a crescer. Há cinco anos não vendia nada para lá e, neste momento, 15% a 20% da nossa produção já vai para o continente americano», aponta João Carvalho. «Tem sido um bom trabalho e vale a pena continuar», admite. Por isso mesmo, a atenção da Fitecom estará «virada para o continente americano» no futuro próximo.
Depois do crescimento em 2018, que elevou o volume de negócios da empresa para próximo dos 15 milhões de euros, João Carvalho antecipa um ano de 2019 igualmente positivo. «Temos vindo a crescer e continuamos a crescer», reconhece. Nos primeiros nove meses do ano, a taxa de crescimento situava-se entre os 8% e os 10%. «Sempre trabalhamos de uma maneira um pouco diferente do que são os lanifícios no geral. A nossa componente é moda e cada vez mais sentimos as empresas ligadas à distribuição de moda a comprar mais tarde. Dizer que vou ter um grande fechar de ano, ainda não sei, mas conto com isso», conclui o CEO da Fitecom.