A Europa, nomeadamente Espanha, França, Bélgica e Itália, são atualmente os mercados de eleição da Filasa, que exporta cerca de 25% da produção. Mas esta quota poderá aumentar em 2019, um ano que a empresa aponta como sendo dedicado à internacionalização.
«Um dos objetivos é aumentarmos as vendas a nível de exportação», afirma Fátima Antunes, administradora da Filasa, ao Portugal Têxtil. A estratégia passa, possivelmente, pela «participação em algumas feiras, que estamos a ponderar, para conseguirmos estar noutros mercados onde ainda não estamos ou, pelo menos, na dimensão como gostaríamos de estar», explica.
Além da Première Vision Yarns, onde marca presença há três anos, «ponderamos vir a ter uma certa permanência noutras feiras», indica Fátima Antunes, que aponta como possíveis alvos Itália e os países nórdicos. «Uma vez que temos também o produto acabado, os felpos, é um mercado interessante, porque eles trabalham muito a nível dos produtos sustentáveis e orgânicos», justifica.
Sustentabilidade em toda a linha
A sustentabilidade nos produtos e nos processos tem sido, de resto, uma das prioridades da Filasa. A nova coleção de fios conta, entre outras, com fibras de poliéster e algodão reciclados, algodão orgânico e poliéster biodegradável obtido através de biopolímeros.
«A nível de novidade temos o Kotton, um fio sintético que tem a capacidade de ser biodegradável», adianta Marta Guimarães, diretora de produção da empresa, ao Portugal Têxtil. O Kotton é produzido com poliéster-imida, o que lhe confere uma suavidade e conforto semelhantes ao algodão, elasticidade idêntica à poliamida, propriedades de secagem rápida e anti-piling, sendo ainda reciclável e biodegradável. «Estamos a trabalhar, já numa segunda fase, com misturas naturais e sustentáveis, para promover um produto com uma significativa vertente eco-friendly», acrescenta Marta Guimarães. «São fibras que os nossos clientes estão a pedir-nos cada vez mais, principalmente a nível dos fios orgânicos e reciclados», sublinha, por seu lado, Fátima Antunes.
Os produtos acompanham a produção, onde a empresa tem realizado investimentos para se tornar mais “verde”, nomeadamente com tecnologia com menor consumo de energia. «Fizemos investimentos num motor de cogeração adaptado à produção de modo a nos ajudar, de uma forma eficiente, a fazer uma redução dos consumos energéticos», refere a diretora de produção.
Turquia trava crescimento
O ano passado foi de estabilidade para a Filasa a nível do volume de negócios, que se manteve a rondar os 38 milhões de euros. «Não estamos como gostaríamos a nível de crescimento devido a diversos fatores, nomeadamente à concorrência da Turquia. Somos das empresas com maior produção a nível da Europa de fios open-end. A entrada dos fios turcos, com a desvalorização da moeda, com preços muito competitivos que não conseguimos acompanhar, criou-nos alguns problemas», confessa a administradora. «Mas o facto de termos mantido em relação ao ano anterior não está, nem de longe nem de perto, a par com a competitividade que existiu por parte da Turquia nos fios open-end», destaca Fátima Antunes.
Uma concorrência que a produtora de fios quer combater com inovação. «Para não descermos arranjámos alternativas de produto para outros nichos de mercado, dentro do nosso próprio mercado. Temos estado a fazer desenvolvimentos noutras fibras, em fios especiais. Temos um departamento de I&D bastante ativo, com pessoas que nos vão ajudando na transformação da empresa», reconhece a administradora da Filasa.