A informação é avançada pela especialista em estudos de mercado Textiles Intelligence no estudo “Survey of the European fabric fairs for autumn-winter 2022/2023”. «A sustentabilidade ambiental continua a ser importante nos tecidos para o outono-inverno 2022/2023. Contudo, ao contrário do que aconteceu em estações anteriores – quando a sustentabilidade ambiental muitas vezes ofuscou o design e a estética –, as coleções para o outono-inverno 2022/2023 incluem tecidos sustentáveis ambientalmente, mas que combinam performance e um maior valor acrescentado», sublinha.
«Além disso, as inovações em peles artificiais, tecidos de linho e tecidos que usam fibras derivadas de resíduos de plantas estão bastante presentes nas coleções para a estação e demonstram a versatilidade dos materiais à base de plantas», acrescenta a Textiles Intelligence.
Exemplos disso são a Bananatex, uma produtora sediada em Zurique, na Suíça, que concebeu uma linha de tecidos biodegradáveis e resistentes ao rasgo usando fibras derivadas de Abacá, uma espécie de bananeira.
A Bananatex está em conversações com grandes marcas de vestuário para a aplicação do tecido a acessórios, vestuário e calçado, tendo já colaborado com o grupo H&M. No entanto, a Bananatex é ainda uma empresa relativamente jovem, tendo sido lançada apenas em 2018, depois de três anos de investigação e desenvolvimento, indica a Textiles Intelligence.
Entre os produtores que desenvolveram materiais inovadores à base de plantas está também a Pyratex, sediada em Madrid, Espanha, que criou um tecido que usa resíduos agrícolas provenientes do cultivo da banana.
Linho é também alternativa
Já a primeira empresa a produzir couro artificial feito com plantas à escala industrial é a Natural Fiber Welding, com sede em Illinois, EUA. Denominado Mirum, este couro artificial é obtido a partir de biopolímeros derivados de subprodutos agrícolas.
O linho é igualmente importante entre as fibras de plantas para o outono-inverno 2022/2023. Em particular, os produtores estão a aproveitar fibras com propriedades termorreguladoras, o que as torna adequada a várias aplicações para a estação fria.
A procura dos consumidores por linho tem estado a crescer, de acordo com a Confédération Européenne du Lin et du Chanvre e deverá continuar a crescer ao longo da próxima estação fria, conclui a Textiles Intelligence.