Inicialmente agendada de 11 a 13 de março em Xangai, a feira de moda Chic decidiu realizar uma edição online e, de 22 a 24 de abril, juntou 1.350 expositores e realizou mais de 10 atividades que atraíram 157.403 visitas. O evento em formato digital contou com algumas das plataformas de comércio eletrónico mais conhecidas da China, como o Tmall, Jingdong, Vip Shop, NetEase Yeaton e Biyao Shop. «A estreia da Chic Online recebeu uma resposta positiva de todos os participantes. Como uma parceira fidedigna, o objetivo da Chic é apoiar pragmaticamente a indústria e o retalho. Estamos convencidos que a indústria de moda chinesa está de volta», afirmou Chen Dapeng, presidente da Chic e da Associação Nacional de Vestuário da China.
Embora tenha sido bem sucedida, a feira chinesa agendou uma edição física para Shenzhen, de 15 a 17 de julho, e para Xangai, de 23 a 25 de setembro.

Também a feira de denim Kingpins realizou-se online a 22 e 23 de abril, tendo reunido quase 10 mil visitantes ao seu website, com 3.500 espetadores nas transmissões em direito e mais de 29 mil visualizações de conteúdo on-demand. Números que satisfizeram a organização, que vai, por isso, repetir o evento online nos dias 23 e 24 de junho, desta vez mais dedicado aos compradores americanos. «Nunca vai substituir um Kingpins Show, mas a Kingpins24 mostrou ser uma ideia à qual a indústria de denim respondeu e que considerou ter valor», esclareceu Andrew Olah, fundador do Kingpins Show.
Regresso físico marcado
Os eventos digitais foram uma resposta imediata às limitações provocadas pela pandemia, mas as feiras estão empenhadas em regressar ao formato habitual.
Raffaello Napoleone, CEO da Pitti Immagine, mantém a esperança de que a Pitti Uomo possa realizar-se de 2 a 4 de setembro, em Florença. Sem ignorar as dificuldades, nomeadamente os vários meses que a indústria esteve encerrada, Napoleone revelou que o salão italiano de moda masculina conta já com 47% das inscrições para setembro, sobretudo expositores de pequena dimensão que confiam no certame para chegar aos compradores internacionais. «Eles estão à espera da Pitti», garantiu.

Já a FESPA Global Print Expo, que deveria ter aberto portas a 24 de março em Madrid, foi adiada para 6 a 8 de outubro. O certame terá lugar em paralelo com a European Sign Expo e a Sportswear Pro, dedicada a tecnologia para a produção de vestuário de desporto. «Apesar do atual impacto que o novo coronavírus está a ter no sector particular da impressão, ficamos impressionados pela forte procura da nossa comunidade mundial por uma plataforma FESPA em 2020. Como tal, estamos muito satisfeitos por confirmar que as nossas feiras irão avançar nestas novas datas», explicou Neil Felton, CEO da FESPA.
A feira alemã Gallery, por seu lado, decidiu juntar a moda e o calçado no mesmo espaço e tempo, com a Gallery Fashion e a Gallery Shoes agendadas de 30 de agosto a 1 de setembro. «À luz da situação atual com o Covid-19, acreditamos que única solução razoável é fundir as duas feiras, incluindo o Showroom Concept, numa data na segunda metade de 2020, mais ou menos na mesma altura em que a Gallery Shoes foi originalmente planeada para acontecer. Depois disso, vamos reavaliar a programação para a nova estação em 2021», avançou Ulrike Kähler, diretora-geral da Igedo Company, entidade responsável pela organização das feiras.
Segurança redobrada
Noutra cidade, mas quase nas mesmas datas (de 1 a 3 de setembro), a Munich Fabric Start confirmou igualmente a sua próxima edição. «Tem havido manifestações de confiança do sector através das reservas de espaço», assegurou Tania Barros, representante oficial da Munich Fabric Start em Portugal. «Tudo indica que a Munich Fabric Start será a primeira plataforma internacional da indústria têxtil após a fase de restrições e a organização está a elaborar medidas específicas para salvaguardar a saúde de todos os profissionais presentes», acrescentou a diretora da MundiFeiras.

De igual forma, a Première Vision Paris manteve a mesma data – de 15 a 17 de setembro – mas está a implementar algumas medidas para facilitar a presença de expositores e visitantes. «Nós, juntamente com os produtores e marcas de moda, partilhamos completamente um desejo de trabalhar em conjunto para emergirmos desta crise que está a ter um enorme impacto na indústria», explicou Gilles Lasbordes, diretor-geral da Première Vision.
Nos têxteis-lar, a Heimtextil conservou também a sua calendarização, entre 12 e 15 de janeiro de 2021, e as tendências para o próximo ano, definidas pelo Heimtextil Trend Council, constituído pelas agências Spott Trends & Business, da Dinamarca, FranklinTill, do Reino Unido, e Stijlinstituut Amsterdam, dos Países Baixos, refletem já as mudanças provocadas pelo surto do vírus.