Fato protege trabalhadores agrícolas

Com propriedades exaltadas pelas suas múltiplas utilizações, da alimentação à cosmética, os figos-da-índia são um produto cada vez mais procurado no mercado, mas o cultivo e a apanha colocam vários desafios, alguns dos quais resolvidos pelo fato desenvolvido pela Damel, Lemar, Oldtrading e CITEVE.

Com grandes picos, capazes de rasgar a roupa e a pele, e gloquídeos – micropelos que se colam à pele, entram na corrente sanguínea e podem trazer problemas graves de saúde –, a colheita de figos-da-índia impõe um verdadeiro desafio, que este consórcio resolveu com o desenvolvimento de um sistema de vestuário multicamada sob a égide do Texboost.

«Estamos aqui a propor uma camada externa que funcionará como proteção principal contra espinhos e gloquídeos e uma camada interna, atuando como uma segunda pele, promovendo o conforto térmico e favorecendo a liberdade de movimentos», desvendou Gilda Santos, technical project manager no CITEVE.

A camada interna consiste num conjunto underwear, para homem e senhora, com respirabilidade, ventilação localizada, hidratação, neutralização de odor, proteção bacteriana, gestão de humidade e regulação térmica. Depois de estudadas diferentes tipos de fibras, o conjunto interior foi produzido com uma mistura de lã, polipropileno, poliamida Q-Skin e elastano. «É uma peça completamente realizada com a tecnologia seamless, extremamente confortável, com o mínimo de costuras e de uniões possível e as que aparecem são em flat lock, bastante confortável, com as diferentes zonas e as estruturas completamente estudadas e especificamente localizadas para conferir maior respirabilidade, ventilação localizada e todo o conforto térmico, assim como a regulação térmica esperada de uma segunda pele», assegurou Gilda Santos. Além disso, tem também «zonas de abertura especificamente localizadas para as necessidades fisiológicas, para fazer com que não haja contaminação por parte dos gloquídeos», acrescentou.

Gilda Santos [©Citeve]
Já a camada externa é constituída por um macacão com capuz respirável, com repelência à água e resistência mecânica à perfuração e ao rasgo. «Foram desenvolvidas uma série de estruturas têxteis e definidas duas amostras promissoras, ambas em poliéster e poliamida de alta tenacidade, com bons desempenhos na resistência ao rasgo e à perfuração», adiantou Gilda Santos.

O macacão tem «zonas críticas» reforçadas com o tecido de maior desempenho de proteção ao rasgo e, na zona das omoplatas, possui um «sistema inovador de incremento de ventilação», asseverou. «O tecido foi desenvolvido de raiz, quer a nível de estruturas, das misturas, a nível de fios e do desenvolvimento final. Os acabamentos foram criteriosamente definidos para conferir, em conjunto com as propriedades do tecido inicial, resistência ao rasgo e à perfuração», salientou a technical project manager do CITEVE.

Além da validação laboratorial, os protótipos foram validados em ambiente real na Cactacea, em Sesimbra, por utilizadores em contexto real, «que desde o início nos apoiaram neste desenvolvimento», concluiu Gilda Santos.