O novo edifício angular, desenhado pelo arquiteto Hugo Pedra, faz parte de um investimento de cerca de 35 milhões de euros que a Farfetch está a realizar e nele deverão trabalhar 220 pessoas.
Segundo Luís Teixeira, diretor-geral em Portugal e chief supply chain officer da Farfetch, «o centro foi criado de raiz para que conseguíssemos desempenhar a nossa atividade da melhor forma e dar as melhores condições aos nossos trabalhadores. As pessoas são o nosso principal ativo. Queremos que as pessoas se sintam orgulhosas de trabalhar na Farfetch. Esta é a principal razão do nosso investimento».
Por isso mesmo, para além dos 40 estúdios fotográficos – onde estilistas, modelos e fotógrafos criam as imagens dos produtos que são colocadas na plataforma digital –, o edifício conta ainda com áreas de entretenimento e lazer, incluindo um bar, um jardim interior e um deck exterior para que os funcionários possam relaxar nas pausas do trabalho.
2018 promete ser, novamente, um ano de trabalho para a Farfetch, que continua a angariar investidores (ver Chanel investe na Farfetch). Em 2017, a plataforma publicou cerca de 2 milhões de fotografias e, segundo Luís Teixeira, «temos 900 parceiros e dois milhões de clientes espalhados por todo o mundo». O diretor-geral realçou ainda que a Farfetch é a plataforma com «maior número de visitas mundialmente, com cerca de 20 milhões de visitas por mês, muito à frente de qualquer outro player da moda de luxo».
Os investimentos da empresa em Portugal têm vindo a ser reforçados e, além de Guimarães, a Farfetch anunciou também que irá abrir um escritório em Braga, naquela que será a quarta cidade a acolher a empresa, que tem igualmente instalações em Leça do Balio (Porto) e em Lisboa.
Um projeto de expansão elogiado pelo ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, que presidiu ontem à inauguração oficial do novo edifício no Avepark. «Tal como o país, a empresa começou em Guimarães. Essa parte da história merece ser contada e recontada. Quando entrámos no Governo já estava quase a atingir os mil trabalhadores. Neste momento já ultrapassou os 2.100, ou seja, a Farfetch duplicou em termos de emprego», afirmou o ministro da Economia, destacando ainda a qualidade da mão de obra nacional. «Aqui encontram talento, pessoas qualificadas, com imaginação, inteligência, uma boa formação», salientou. Para Caldeira Cabral, «este empreendedorismo [de base tecnológica] tem um potencial muito grande para criar empregos, valor e está a espalhar o desenvolvimento pelo território, porque estas empresas não têm que estar apenas numa cidade, podem estar espalhadas por todo o território e isso está a acontecer».
De acordo com os dados públicos mais recentes, referentes ao ano de 2016, a Farfetch registou vendas no valor de 548 milhões de libras, representando um aumento de 81% em comparação com 2015. As receitas subiram igualmente para mais de 151 milhões de libras, embora o prejuízo tenha também aumentado para 34 milhões de libras, equivalente a cerca de 38 milhões de euros (ver O paradoxo da Farfetch).