No seguimento da primeira parte, este artigo publicado no Just-style.com afirma que a informação incorrecta pode afectar as empresas e agentes da indústria do vestuário de várias maneiras.
Dando como exemplo o caso da Índia, este artigo refere a confusão criada à volta da verdadeira situação da indústria do vestuário indiana, tendo como base dados e informações contraditórios. To simples facto de não se verificar qualquer alarme nos países ocidentais, em relação às importações da Índia parece deixar claro que este país asiático não tem explorado o fim das quotas tão eficazmente como a China. De facto, o aumento de 27% nas suas exportações de vestuário para os Estados Unidos (em comparação com os 140% da China) nos primeiros quatro meses de 2005, mostra que estas se encontram bastante atrás das vendas chineses, mesmo em relação à era das quotas. Na verdade, a Índia nunca conseguiu preencher na totalidade as suas quotas de exportação para os E.U.A. ou para a União Europeia nos velhos tempos, enquanto países como as Honduras e o Bangladesh conseguiam vender mais artigos de vestuário nos mercados internacionais do que alguma vez a Índia logrou. Os dados mais recentes mostram mesmo que o desempenho das exportações indianas piorou nos últimos meses, tendo caído 21,4% em valor no primeiro trimestre do corrente ano em comparação com o período homólogo em 2004. Os verdadeiros problemas da Índia são muito simples, refere este artigo. As leis laborais indianas desencorajam a expansão e investimento das empresas, os seus portos são maus, e a sua energia é demasiado cara. E, acima de tudo, as suas empresas de têxteis e vestuário não investem em novas fábricas e equipamentos, pelo que não conseguem competir com as suas congéneres de países como a China. Os dados mais recentes indicam que as indústrias deste sector estão a planear investir cerca de 2 mil milhões de dólares anualmente. Há poucas semanas, só a China National Garment Company anunciou um investimento na sua fábrica de Tongling que ronda os 500 milhões de dólares, pelo que o nível de investimentos na China é actualmente dez vezes superior ao da Índia… Outro caso mencionado no artigo em análise é o do Bangladesh, onde o (falso) debate em torno dos dados das exportações prossegue. O Bangladesh continua a ser, segundo este artigo, uma das grandes bandeiras dos activistas globais, retratado como o pobre país subdesenvolvido cuja economia se encontra prestes a ser destruída pelos truques baixos da China e da economia de mercado. A sindicalista local Naz Maakder afirmou, recentemente, que o iminente colapso da indústria do vestuário nacional custaria a perda de, pelo menos, um milhão de empregos metade da mão-de-obra total do sector! A verdade é que, por mais que os fabricantes chineses tenham vindo a baixar os seus preços, o Clothesource PriceTrak (o guia dos preços de importação dos Estados Unidos e Europa) e o ChinaTrak (guia dos preços de exportação da China) mostram que, mesmo a mais radical redução dos preços da roupa nos primeiros quatro meses de 2005, apenas trouxeram esses preços para o nível dos produtores do Bangladesh. A China ainda é, apesar de tudo, um fabricante de vestuário ligeiramente mais caro do que o Bangladesh E é por esta razão que a economia do Bangladesh se tem mantido em bom estado, no corrente ano, já que no primeiro trimestre de 2005, as suas exportações de vestuário cresceram 9,5%, embora este país tenha beneficiado menos do levantamento das quotas do que a maioria dos restantes países asiáticos, continuando a vender bem para os seus mercados chave: Europa e Estados Unidos. A encerrar, o artigo do Just-style.com aponta o factor que está, ironicamente, a travar o pleno desenvolvimento dos países do dito terceiro mundo, ou seja, as constantes e alarmistas declarações dos chamados activistas políticos, que histericamente lançam rumores sobre a iminente catástrofe que se abaterá sobre a indústria dos têxteis e vestuário. E aponta casos concretos: as importações americanas de vestuário de outros países que não a China caíram 2,2% em volume nos primeiros quatro meses de 2005, ou seja, muito menos do que após o 11 de Setembro de 2001, ou durante os mais recentes abrandamentos da economia norte-americana Por seu lado, e em vez de perder 200.000 postos de trabalho, a ITV marroquina assistiu a um investimento de 300 milhões de dólares neste sector, nos últimos meses. Ao mesmo tempo, apesar das suas empresas liderarem as pressões para impor restrições às exportações da China, a Turquia viu as suas exportações aumentarem 10% em Abril passado Assim, da Namíbia ao Bangladesh, a abolição das quotas está (mesmo) a estimular as empresas e empresários a melhorarem todo o seu negócio