Há muitas empresas de moda a investir no metaverso, mas os seus clientes finais estão ainda um passo atrás. O metaverso é considerado pela indústria como um espaço virtual revolucionário, onde marcas fortes podem usufruir do apoio dos seus consumidores fiéis e beneficiar de uma nova fonte de rendimento, mas a perceção pública é menos otimista, revela o estudo The Metaverse in Retail and Apparel, da GlobalData, que detém o Just Style.
O metaverso pode ser definido como um mundo virtual onde os utilizadores partilham experiências e interagem em tempo real em cenários simulados. As empresas estão a tentar diferentes formas de interagir com os seus consumidores neste espaço virtual, especificamente com pessoas entre os 10 e os 25 anos, que estão a impulsionar a transição para o metaverso. As marcas estão a tentar atrair estes consumidores da Geração Z com vestuário virtual oferecido através de realidade aumentada, realidade virtual e tokens não fungíveis (NFTs).
«O metaverso oferece possibilidades infinitas em criatividade e customização, já que os utilizadores podem modificar os seus espaços, avatares e vestuário. Isto levou a um mercado crescente para a moda virtual com a qual os utilizadores estão desejosos de se expressar», escreve o Just Style num artigo sobre o estudo.
«Isto demonstra quão valioso o metaverso pode ser para a indústria da moda à medida que a procura por produtos digitais oferece oportunidades no mundo físico», sublinha o Just Style.
Convencer os consumidores hesitantes
O problema, contudo, é que o metaverso constitui ainda um mistério para muitas pessoas, sobretudo fora da Geração Z. Os métodos de pagamento, por exemplo, com NFTs, são um entrave – um estudo da GlobalData junto dos consumidores do Reino Unido revelou que apenas 17,4% das pessoas considera que vale a pena comprar uma peça de roupa digital com um NFT e mais de metade dos inquiridos afirmou que não vale a pena comprar NFTs.
«Oferecer estes benefícios tangíveis adicionais torna o investimento em NFTs mais atrativo para os consumidores», destaca o Just Style. «A tangibilidade permite-lhes perceber o valor do metaverso para eles próprios através de um ganho físico: algo a que estão tradicionalmente habituados no mundo real», acrescenta o artigo.
Parte da estratégia passa por reduzir o espaço entre a familiaridade e a inovação como forma de manter a confiança, ao mesmo tempo que se lidera no desenvolvimento da tecnologia do metaverso. «Isto irá encorajar uma maior, e mais fiel, presença do consumidor numa comunidade virtual da marca e, consequentemente, um fluxo de receita mais estável e duradouro», realça o Just Style, que realça que «se as empresas de vestuário têm ambições no metaverso, terão de se focar no seu acesso e investimento em partes da cadeia de valor do metaverso e da economia virtual», de que é exemplo a parceria entre o Warner Music Group e a DRESSX, a maior retalhista de moda digital, que vai permitir que os artistas representados pelo Warner desenhem as suas próprias linhas de moda virtual. «O merchandising digital e o estilo dos músicos vai definitivamente fazer parte dos guarda-roupas dos fãs e é fantástico ver que cada vez mais stakeholders acreditam neste novo domínio», resumem as cofundadoras do DRESSX.