No total, nos primeiros sete meses do ano a indústria têxtil e vestuário portuguesa exportou 3,55 mil milhões de euros, o que representa uma queda de 5,4% face aos 3,76 mil milhões de euros exportados no mesmo período do ano passado, acentuando a queda registada entre janeiro e junho. Contudo, a comparação é positiva (+11,6%) quando colocada lado a lado com os números de 2019, referência pré-pandemia, quando as exportações de matérias têxteis e suas obras acumularam 3,19 mil milhões de euros.
Em valor absoluto, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a maior queda das exportações está a ser sentida no vestuário e seus acessórios, de malha (menos 130,4 milhões de euros face a igual período de 2022, equivalente a uma descida de 8,4%) e nos outros artefactos têxteis confecionados, categoria que engloba a maior parte dos têxteis-lar (menos 98,5 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 18,9%). Há ainda reduções consideráveis nas exportações da categoria algodão (menos 22,6 milhões de euros), fibras sintéticas e artificiais descontínuas (menos 21,7 milhões de euros) e pastas (ouates), feltros e falsos tecidos; fios especiais, cordéis, cordas e cabos; artigos de cordoaria (menos 18,3 milhões de euros).
Há, contudo, categorias que estão a expandir as suas exportações este ano, como é o caso do vestuário e seus acessórios, exceto de malha (mais 72,4 milhões de euros nos primeiros sete meses do ano face a 2022), dos tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou estratificados; artigos para usos técnicos de matérias têxteis (mais 10,7 milhões de euros) e dos tecidos de malha (mais 4,5 milhões de euros).
Analisando os números entre janeiro e julho de 2023 com o período homólogo de 2019, verifica-se que todas as categorias estão em crescimento, com exceção de tecidos especiais; tecidos tufados; rendas; tapeçarias; passamanarias; bordados (menos 32,8%) e tapetes e outros revestimentos para pavimentos, de matérias têxteis (menos 7,5%).
Os números do INE revelam também que praticamente todos os principais mercados da indústria nacional estão em queda na comparação com 2022. As exceções são França, o segundo principal mercado a seguir a Espanha, com um ligeiro crescimento de 0,3%, e o Canadá, que ocupa atualmente a 10.ª posição entre os maiores mercados, cujas compras aumentaram 13,9% face aos primeiros sete meses de 2022.
A comparação com os dados de 2019 mostra um cenário inverso, com apenas Espanha a registar uma queda, de 15,3%, o que representa uma redução no valor de cerca de 148,8 milhões de euros. A evolução é, no entanto, muito positiva em mercados como França (+40,9% do que em igual período de 2019), Itália (25,8%), Bélgica (+57,9%) e Canadá (+88,9%).