Exportações em níveis recorde

Os números das exportações revelados na passada sexta-feira mostram que pelo menos desde 2005 Portugal não vendia tantos têxteis e vestuário aos mercados externos. No total, o sector exportou 4,23 milhões de euros, dos quais 2,58 mil milhões de euros corresponderam a vestuário.

Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística dão conta de um crescimento de 4,83% das exportações do sector, com o vestuário a somar mais 7,6% face ao mesmo período de 2015. De acordo com o comunicado enviado pela ANIVEC – Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção, os envios de vestuário somaram mais 183 milhões de euros, «num crescimento transversal a praticamente todos os principais mercados do “made in Portugal”».

A associação destacou o crescimento nas exportações para mercados como a Suécia (+26,4%, para 66,9 milhões de euros), Itália (+16,7%, para 88,5 milhões de euros), Países Baixos (+16,2%, para 98,8 milhões de euros), Espanha (+13,2%, para 1,16 mil milhões de euros) e EUA (+6,9%, para 69,5 milhões de euros).

«As exportações de vestuário têm tido um crescimento notável», afirmou César Araújo, presidente da direção da ANIVEC, que realçou ainda «o aumento continuado das vendas a mercados exigentes, que mostram o valor e a qualidade do “made in Portugal”».

No conjunto do sector, destacou-se ainda o crescimento no capítulo da seda (+100,3%) e do algodão (+18,3%), embora estes tenham apenas uma pequena quota no total das exportações. Nas categorias mais relevantes, o destaque vai para o aumento de 11,48% nas exportações de tecidos impregnados, revestidos e artigos de usos técnicos, para 190,4 milhões de euros, e tecidos de malha, cujas vendas ao mercado externo somaram mais 6,43%, para um valor ligeiramente superior a 114 milhões de euros.

A categoria de outros artefactos têxteis, onde se incluem a maior parte dos têxteis-lar, também registou crescimento (+1,37%, para cerca de 521 milhões de euros).

No que diz respeito às importações, de janeiro a outubro Portugal comprou mais 1,57% na secção de matérias têxteis e suas obras, para um valor de 3,2 mil milhões de euros, resultando num saldo positivo da balança comercial do sector superior a mil milhões de euros.

Entre as categorias mais relevantes de importação, destaca-se o aumento nas compras de tecidos de malha (+12,64%, para 105,7 milhões de euros), tecidos impregnados, revestidos e artigos de usos técnicos (+4,1%, para 104,6 milhões de euros) e vestuário e seus acessórios de malha (+3,6%, para cerca de 797 milhões de euros).

Com exceção do ano passado, as exportações portuguesas de têxteis e vestuário no período entre janeiro e outubro não ultrapassavam os 4 mil milhões de euros pelo menos desde 2005, ano em que se ficaram por 3,39 mil milhões de euros. Depois da queda acentuada em 2009, nos 2,9 milhões de euros para os primeiros 10 meses do ano, as exportações registaram, neste período, uma evolução quase sempre positiva desde então: 3,14 mil milhões de euros em 2010, 3,48 mil milhões de euros em 2011, uma ligeira descida para 3,44 mil milhões de euros em 2012, compensada em 2013, onde ascenderam a 3,56 mil milhões de euros, 3,89 mil milhões de euros em 2014 e 4,03 mil milhões de euros em 2015.