De acordo com a informação dada por um especialista da indústria à Reuters, a redução da procura em todo o mundo pode levar à perda de até mil milhões de dólares (equivalente a cerca de 928,4 milhões de euros) em exportações de vestuário do país.
A indústria do vestuário é a principal exportadora do Sri Lanka, tendo registado, em 2022, um valor de 5,95 mil milhões de dólares, o que contribuiu para ajudar o país a contrabalançar a pior crise financeira desde a independência, em 1948, provocada por uma redução recorde nas reservas de moeda estrangeira.
No primeiro trimestre deste ano, a indústria registou uma queda nas exportações de têxteis e vestuário, que desceram 13,8%, para 1,3 mil milhões de dólares, segundo os números do banco central do país.
O valor das exportações em março foi o mais baixo nos últimos três anos, refere à Reuters Yohan Lawrence, secretário-geral do Joint Apparel Association Forum, que representa a indústria. «Tendo em conta o abrandamento na procura que estamos a ver agora, uma redução de mil milhões de dólares nas exportações deste ano não é inconcebível», afirma. «As nossas projeções é que podem passar cinco ou seis meses antes de vermos uma recuperação na procura mundial», acrescenta Yohan Lawrence.
Já para a União Europeia, as exportações baixaram 13%, para 344 milhões de euros, de acordo com os dados mais recentes do Joint Apparel Association Forum.
Para além do abrandamento da procura, a indústria está ainda a debater-se com o aumento de 66% nas taxas de energia em fevereiro, que afetou a competitividade do país, aponta Yohan Lawrence.
Para já, contudo, a indústria, que emprega 300 mil pessoas, a maior parte das quais mulheres, não antevê a necessidade de fazer despedimentos significativos, embora as pequenas e médias empresas devam sentir dificuldades na adaptação a um cenário com menos encomendas.