Entre janeiro e abril, as empresas portuguesas da indústria têxtil e vestuário (ITV) venderam 1,8 mil milhões de euros, o que representou um aumento ligeiro face aos 1,797 milhões de euros registados em igual período do ano passado. Só no mês de abril, as exportações atingiram os 436,3 milhões de euros, mais 0,43% do que no mesmo mês de 2018.
Os mercados externos à União Europeia foram os impulsionadores da recuperação. Segundo os dados do INE, as exportações da ITV para a União Europeia caíram 1,76%, para 1,47 mil milhões de euros. Já os envios para fora da Europa aumentaram 10,2%, para 326,2 milhões de euros, o que representa mais 30 milhões de euros.
Por países, a maior queda absoluta nas exportações foi sentida em Espanha, com menos 10,2 milhões de euros (-1,8%), e na Alemanha, com menos 10,4 milhões de euros (-6,3%). Verificaram-se ainda, entre os 10 principais mercados dos têxteis e vestuário portugueses, descidas nos envios para França (-1,9%, equivalente a 4,8 milhões de euros), Reino Unido (-3,2%, ou 4,3 milhões de euros), Bélgica (-7,1%, correspondente a 2,6 milhões de euros) e Suécia (-5,3% ou menos 1,95 milhões de euros).
Estas descidas foram compensadas pelo aumento nos envios para os EUA, que subiram 16,4%, equivalente a 15,4 milhões de euros, Itália (+6,1% ou 6,6 milhões de euros) e Países Baixos (+3,2%, correspondente a 2,4 milhões de euros). De destacar ainda as exportações para o Canadá, atualmente o 12.º mercado dos têxteis e vestuário portugueses, que aumentaram 28,8%, equivalente a 4,3 milhões de euros, para 1,92 mil milhões de euros.
Têxteis-lar nos EUA, vestuário em Itália…
Analisando as compras dos mercados que mais cresceram, verifica-se que, nos EUA, o aumento justifica-se pela subida das compras de outros artefactos têxteis confecionados, uma categoria que engloba a maior parte dos têxteis-lar, que nos primeiros quatro meses do ano registou um crescimento de 24,7%, correspondente a um aumento absoluto de 6,3 milhões de euros, para 31,8 milhões de euros, assim como pela aquisição de tecidos de malha – subiu 83,2%, para 7,4 milhões de euros, representando um acréscimo de 3,4 milhões de euros.
Já em Itália, o crescimento foi impulsionado essencialmente pelo vestuário, com as duas categorias (vestuário em malha e vestuário exceto malha) a refletirem uma subida de 17,6%, para 75,2 milhões de euros, em comparação com 63,9 milhões de euros no período homólogo de 2018. Os transalpinos compraram ainda mais tecidos em malha, que evidenciaram um aumento de 65,7%, equivalente a 1,4 milhões de euros, para 3,5 milhões de euros.
… e quase tudo no Canadá
As vendas para o Canadá, por seu lado, sentiram um incremento em praticamente todas as categorias, com exceção das fibras sintéticas ou artificiais (-50,2%) e vestuário e seus acessórios, de malha (-16,3%). O país adquiriu +145% de vestuário e seus acessórios, exceto de malha, a Portugal, o que equivale a um aumento superior a 2 milhões de euros, para 3,45 milhões de euros. Em termos absolutos, observou-se ainda um crescimento considerável na categoria outros artefactos têxteis confecionados, que inclui a maior parte dos têxteis-lar, no valor de 1,11 milhões de euros (+38,7%, para 3,99 milhões de euros), na categoria tecidos de malha, que somou mais 866 mil euros (+40,6%, para 2,99 milhões de euros), e na categoria pastas, feltros e falsos tecidos, que inclui também fios especiais, cordéis, cordas e cabos, assim como artigos de cordoaria, que representou a maior exportação para o Canadá nos primeiros quatro meses do ano, com um aumento de 511 mil euros, para 4,6 milhões de euros (+12,6%).
Cordoaria e vestuário em tecido em escalada
Por categorias de produto, as exportações da categoria pastas (ouates), feltros e falsos tecidos; fios especiais, cordéis, cordas e cabos; artigos de cordoaria foram as que mais se destacaram entre janeiro e abril, com um aumento de 14,4%, equivalente a 13,3 milhões de euros, para um total de 105,6 milhões de euros.
Seguiu-se o vestuário e seus acessórios, exceto malha, que conheceu um crescimento nos envios para fora de Portugal de 1,97%, o que corresponde a mais 6,5 milhões de euros. No total, as exportações desta categoria atingiram 336,2 milhões de euros.
A subir estiveram igualmente as exportações de fibras sintéticas ou artificiais descontínuas (+5,6%, ou 5,2 milhões de euros, para 99,1 milhões de euros) e as de tecidos de malha (+8,8%, ou 4,46 milhões de euros, para 54,8 milhões de euros).
Em sentido contrário, as exportações de vestuário e seus acessórios, de malha, foram as mais afetadas em termos absolutos, com uma queda de 10,4 milhões de euros (-1,4%), para 733,5 milhões de euros, assim como os envios sob a categoria algodão, que perdeu 6,4 milhões de euros em exportações (-10,8%, para 53,1 milhões de euros), e os da categoria outros artefactos têxteis confecionados, com menos 4,6 milhões de euros (-2,3%, para 198,4 milhões de euros).