Exportações da ITV portuguesa mantêm-se em alta

Depois de terem registado o valor mais elevado de sempre, com uma subida de 12,9% em 2022, relativamente a 2021, para 6.113,49 milhões de euros, no início de 2023, as exportações portuguesas de têxteis e de vestuário continuam em alta, com uma subida de quase 5% em janeiro.

Com base na análise desenvolvida pelo CENIT aos dados preliminares disponíveis no INE, os números de 2022 surgem na sequência de um aumento de 13,2% nas exportações destinadas ao mercado Intra-UE27 (para 4.480,23 milhões de euros), enquanto as exportações para o mercado Extra-UE27 registaram um crescimento de 12,4% (totalizaram 1.633,26 milhões de euros).

Analisando em concreto as duas categorias de produtos de vestuário (com uma quota conjunta de quase 58% das exportações), verificou-se uma subida de 9,4% nas exportações de vestuário de malha (capítulo 61), para 2.545,89 milhões de euros, enquanto as exportações de vestuário exceto malha (capítulo 62) registaram um incremento de 24,9%, para 996,81 milhões de euros. No caso do vestuário de malha, o mercado Intra-UE27 registou uma subida de 10,2%, enquanto o mercado Extra-UE27 aumentou 5,7% em 2022, relativamente ao ano anterior. As exportações de vestuário exceto malha destinadas ao mercado Intra-UE27 cresceram 22,0%, enquanto as exportações para o mercado Extra-UE27 subiram 36,4%.

As exportações de outros têxteis confecionados (capítulo 63, que representa perto de 14% das exportações), que incluem a grande proporção dos têxteis-lar, registaram uma subida homóloga de 3,5% no conjunto dos 12 meses de 2022 (ficando cifradas nos 838,55 milhões de euros). Isolando as quatro subcategorias de produtos associadas aos têxteis-lar (i.e., posições 6301 a 6304), verificou-se um aumento de 2,9% no valor das exportações.

Para além das três principais categorias de produtos, salienta-se pela positiva no conjunto do ano 2022 e entre as categorias com maior representatividade (quota na ordem de 3% do valor total das exportações), o desempenho dos tecidos de malha (capítulo 60), com uma subida de 29,9%, das fibras sintéticas ou artificiais descontínuas (capítulo 55), que aumentaram 19,5%, dos tecidos impregnados e revestidos (capítulo 59), com um incremento de 18,3%, das pastas, feltros, falsos tecidos e cordoaria (capítulo 56), que cresceram 17,9%, e dos artigos de algodão (capítulo 52), com uma subida de 11,1%.

Início de ano a crescer

O início do ano ficou marcado pela continuidade do desempenho positivo verificado em 2022, com as exportações a crescerem 4,7% em termos homólogos no mês de janeiro, ficando cifradas nos 517,62 milhões de euros. Para este desempenho os destinos intracomunitários contribuíram com um aumento de 6,4%, enquanto os destinos extracomunitários permaneceram praticamente inalterados (totalizaram 128,86 milhões de euros).

Ao nível das importações, a representatividade em 2022 foi composta, por ordem decrescente, pelo vestuário de malha (26,8%), vestuário exceto malha (24,9%), artigos de algodão (13,5%), filamentos sintéticos ou artificiais (7,9%) e fibras sintéticas ou artificiais descontínuas (6,0%).

Análise do CENIT com base nos dados do INE

No conjunto do ano 2022 observou-se uma subida homóloga de 25,9% no valor das importações portuguesas de produtos de têxteis e de vestuário, que ficaram cifradas em 5.423,51 milhões de euros, atingindo um novo recorde e resultando na segunda mais baixa taxa de cobertura (na ordem dos 113%) desde o ano 2000. Este desempenho foi o resultado conjunto da subida de 26,1% registada nas importações de origem intracomunitária (cifradas nos 3.613,99 milhões de euros) e da subida de 25,6% nas importações de origem extracomunitária (no valor de 1.809,51 milhões de euros).

O mês de janeiro ficou marcado por uma continuidade no crescimento das importações, que aumentaram 3,0%, para 426,33 milhões de euros. Este desempenho tem por base as importações provenientes de mercados intracomunitários, as quais cresceram 16,8%, para os 298,01 milhões de euros, com as importações provenientes de origens extracomunitárias a decrescerem 19,3%, para os 128,32 milhões de euros.