Exportações da ITV confirmam recorde em 2021

O ano passado foi o melhor de sempre para as exportações portuguesas de têxteis e vestuário, que ultrapassaram os 5,4 mil milhões de euros. O vestuário em malha e os têxteis-lar foram os grandes impulsionadores deste crescimento, compensando os resultados ainda negativos do vestuário em tecido.

As exportações da indústria têxtil e vestuário (ITV) aumentaram 3,9% em comparação com 2019 e 16,5% face a 2020, superando mesmo em mais de 2% os valores de 2018, o ano recorde de exportações, quando ascenderam a 5,31 mil milhões de euros.

Em comunicado, o presidente da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Mário Jorge Machado, destaca que «a contribuir para este excelente resultado estiveram as exportações de vestuário em malha e de têxteis para o lar. O vestuário em malha exportou 2.336 milhões de euros, ou seja, mais 193 milhões de euros face a 2019, o que equivale a +9%. Os têxteis para o lar exportaram 763 milhões de euros, ou seja, mais 112 milhões de euros face a 2019, com um crescimento de 17%».

De acordo com a informação da ATP, os produtos que tiveram maior crescimento absoluto em comparação com 2019 foram as camisolas e pulôveres, cardigãs, coletes e artigos semelhantes, de malha (+27%, equivalente a mais 118,9 milhões de euros), roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha, de qualquer matéria têxtil (+23%, correspondente a um acréscimo de 116,1 milhões de euros) e fatos, conjuntos, casacos, calças, jardineiras bermudas e calções (shorts), de malha, de uso masculino (+45% ou mais 38,6 milhões de euros).

Já «o vestuário em tecido não conseguiu recuperar dos efeitos da pandemia, tendo exportado 796 milhões de euros, menos 189 milhões de euros face a 2019, registando uma quebra de 19%», refere Mário Jorge Machado.

Aliás, na lista dos produtos que maior queda sofreram em termos absolutos em comparação com 2019 constam os fatos de saia-casaco, conjuntos, casacos, vestidos, saias, saias-calças, calças, jardineiras, bermudas e calções (shorts), de uso feminino, que perderam 74,3 milhões de euros em exportações, representando -24%, os fatos, conjuntos, casacos, calças, jardineiras bermudas e calções (shorts), de uso masculino (menos 70,6 milhões de euros, equivalente a uma queda de 26%) e camisas de uso masculino (menos 22,9 milhões de euros, equivalente a uma queda de 23%). Nesta lista constam ainda as subcategorias t-shirts, camisolas interiores e artigos semelhantes, de malha, com uma perda de 25,8 milhões de euros (-3%) e os tecidos contendo, em peso <85%, de fibras sintéticas descontínuas, com um decréscimo de 24,7 milhões de euros (-29%).

Espanha perde quota

As exportações da indústria têxtil e vestuário mostraram-se mais diversificadas, em termos de quota de mercado, em 2021. Espanha continuou a liderar, mas a quota do país vizinho é agora de 25%, quando em 2019 representava 31% de todas as exportações da ITV. No total, nos 12 meses do ano passado foram exportados para Espanha 1,38 mil milhões de euros, representando uma queda de 13,9% face a 2019, mas um aumento de 15,2% na comparação com 2020.

Já França registou um forte crescimento nas compras de têxteis e vestuário portugueses – mais 17,8% face a 2019 e mais 10,4% em comparação com 2020 –, num total de 790 milhões de euros. O país, que ocupa o segundo lugar na lista de destinos de exportação, tem agora uma quota de 15%.

No terceiro lugar surge a Alemanha, com uma quota de 9% e um aumento das compras de 6,7% e de 3,5% em comparação com 2019 e 2020, respetivamente, enquanto os EUA ocupam a quarta posição, com uma quota de 8% das exportações portuguesas de têxteis e vestuário. O país foi o destino não-comunitário que mais cresceu, com uma subida de 31,5% face a 2019 de 34,3% em comparação com 2020, totalizando 447 milhões de euros em 2021.

O Reino Unido fecha o top 5 dos destinos das exportações nacionais, com 387 milhões de euros e uma quota de 7%.