Com base na análise desenvolvida pelo CENIT aos dados preliminares disponíveis no INE, o valor das exportações portuguesas de têxteis e de vestuário registou uma subida de 2,0% no conjunto do primeiro trimestre de 2023, relativamente a igual período de 2022, ficando cifrado em 1.595,49 milhões de euros.
Este resultado surge na sequência de um aumento de 2,3% nas exportações destinadas ao mercado Intra-UE27 (totalizaram 1.193,25 milhões de euros), enquanto as exportações destinadas ao mercado Extra-UE27 registaram um crescimento de 1,1% (para 402,24 milhões de euros).
No que se refere à evolução homóloga mensal, verifica-se, no conjunto das exportações de têxteis e de vestuário, uma subida de 4,3% no valor exportado no mês de março, em relação ao verificado no período homólogo de 2022.
Analisando em concreto as duas categorias de produtos de vestuário (com uma quota conjunta de 59% das exportações), verificou-se uma subida de 0,1% nas exportações de vestuário de malha (capítulo 61), para 639,74 milhões de euros, enquanto as exportações de vestuário exceto malha (capítulo 62) aumentaram 24,6%, ficando cifradas em 304,38 milhões de euros. No caso do vestuário de malha, o mercado Intra-UE27 registou um incremento de 1,0%, enquanto o mercado Extra-UE27 diminuiu 4,0% relativamente ao primeiro trimestre de 2022. As exportações de vestuário exceto malha cresceram 19,9% para o mercado Intra-UE27 e 43,3% para o mercado Extra-UE27.
As exportações de outros têxteis confecionados (capítulo 63, que representa 11% das exportações), que incluem a grande proporção dos têxteis-lar, registaram uma descida homóloga de 16,2% no conjunto dos três primeiros meses de 2023 (para 179 milhões de euros), resultante de uma diminuição de 14,4% no mercado intracomunitário e de 19,4% no mercado extracomunitário. Isolando as quatro subcategorias de produtos associadas aos têxteis-lar (i.e., posições 6301 a 6304), verificou-se uma queda de 17,3% no valor das exportações.
Tecidos revestidos e de malha exportam mais
Para além das três principais categorias de produtos, salienta-se pela positiva no conjunto do primeiro trimestre do ano, e entre as categorias com maior representatividade (quota na ordem de 3% do valor total das exportações), o desempenho dos tecidos impregnados e revestidos (capítulo 59), com uma subida de 15,9%, e dos tecidos de malha (capítulo 60), com um aumento de 9,1%.

Pela negativa, destacam-se as exportações: dos artigos de algodão (capítulo 52), com uma queda de 6,0%, das fibras sintéticas ou artificiais descontínuas (capítulo 55), com uma descida de 4,5%, e das pastas, feltros, falsos tecidos e cordoaria (capítulo 56), com uma redução de 3,2%.
Ao nível das importações, a representatividade nos primeiros três meses de 2023 foi composta, por ordem decrescente, pelo vestuário de malha (27,5% do valor total das importações), vestuário exceto malha (27,2%), artigos de algodão (10,6%), filamentos sintéticos ou artificiais (8,7%) e outros têxteis confecionados (5,3%).
No conjunto do primeiro trimestre observou-se uma descida homóloga de 2,9% no valor das importações portuguesas de produtos têxteis e vestuário, as quais ficaram cifradas em 1.254,75 milhões de euros. Este desempenho foi o resultado da subida de 11,1% registada nas importações de origem intracomunitária (no valor de 891,92 milhões de euros) e da descida de 25,9% nas importações de origem extracomunitária (para 362,83 milhões de euros).
Considerando em particular o mês de março, verificou-se uma quebra de 5,4% no valor das importações, em comparação com igual período de 2022.